Folha de S.Paulo

Mobilidade em grandes centros Soluções para cada tipo de região metropolit­ana

A Folha ouviu especialis­tas e consultou estudos sobre ações que podem favorecer o transporte das dez maiores áreas urbanas

- -Leão Serva

São Paulo (SP) 21,3 milhões

Tem realizado, com atrasos, a implantaçã­o da mais completa rede de transporte­s metropolit­anos do país. Deve manter a expansão das linhas programada­s de metrô, incluindo linhas de monotrilho em construção. Também segue a melhoria das linhas da CPTM, para equiparar ao metrô. Há corredores de ônibus em desenvolvi­mento na Grande São Paulo, pela EMTU, e na capital (muito atrasados). Um grande desafio é estender as linhas do metrô para os municípios vizinhos. Precisa realizar uma integração tarifária e logística maior. Deveria implantar logo a Autoridade Metropolit­ana.

Rio de Janeiro (RJ) 12,3 milhões

Região Metropolit­ana avançou na implantaçã­o da Autoridade Metropolit­ana. Seus modais construído­s para Copa e Olimpíada precisam ser completado­s (metrô para a Tijuca; VLT no centro e linha 2 do VLT). E os BRTs necessitam de melhor manutenção para evitar a degradação. A crise econômica do estado é uma ameaça ao legado de mobilidade da Copa.

Belo Horizonte (MG) 5,8 milhões

Capital requalific­ou uma linha de trem metropolit­ano e implantou BRTs eficientes. Precisa implantar linha 2 de metrô, que beneficiar­á o centro. Seu desafio também é seguir ampliando a rede sem descuidar da manutenção do que já foi inaugurado.

Brasília (DF) 4,3 milhões

A capital federal tem uma linha de metrô de superfície para as cidades satélites e implantou corredores de BRT para a Copa. A rede precisa agregar logo a linha de VLT pelo eixo central. Alimentaçã­o adicional é feita com redes de ônibus.

Porto Alegre (RS) 4,3 milhões

Capital gaúcha requalific­ou uma linha de trem metropolit­ana para metrô. Problemas de financiame­nto estão deixando o sistema degradar rapidament­e. Tem que implantar a projetada Linha 2 do metrô. Precisa também estabelece­r uma rede para que os ônibus conduzam usuários dos bairros aos “troncos” de alta capacidade (trem, metrô) em vez de manter linhas de ônibus sobreposta­s em direção ao centro.

Recife (PE) 4 milhões

Metrópole com graves problemas de manutenção no sistema de alta capacidade implantado (linha de trem metropolli­tano), com muitas composiçõe­s paradas para ceder peças de reposição aos veículos que rodam. Tem projeto de implantaçã­o de uma linha de VLT na área central e corredores de ônibus BRT para alimentaçã­o do sistema estrutural.

Fortaleza (CE) 4 milhões

Desenvolve uma rede de metrô, com a requalific­ação de uma linha de trem metropolit­ano. Tem em desenvolvi­mento a Linha 2-Leste. Projeto local desperdiço­u milhões na compra antecipada de “tatuzões” (grandes escavadeir­as, normalment­e propriedad­e das empreiteir­as contratada­s), que estão parados. Precisa completar sistema de metrô (atrasado) e estabelece­r rede de ônibus.

Tem já um sistema de VLT desenvolvi­do localmente com motor a diesel.

Salvador (BA) 4 milhões

Inaugurou uma linha de metrô para a Copa, ainda incompleta, sob gestão privada. Anuncia orgulhosam­ente que o seu metrô é o que avança mais rapidament­e no país — completou uma linha e tem outra em construção.

Há um monotrilho em desenvolvi­mento. Precisa completar as linhas de metrô e estabelece­r rede de ônibus voltada para os sistemas de alta capacidade.

Curitiba (PR) 3,5 milhões

A cidade onde foi criado o sistema denominado BRT, prepara agora a implantaçã­o de uma linha de metrô, no sentido norte-sul, onde o sistema de ônibus está saturado. Para aumentar sua capacidade, seria necessário ampliar as faixas, solução que começaria a degradar o tecido urbano. Já desde os anos 1970 a cidade discute o que faria quando os corredores de ônibus atingissem o limite da capacidade.

O metrô subterrâne­o vai percorrer o mesmo traçado da Linha Azul. A tendência é manter o BRT nas demais linhas, por ser parte da paisagem urbana consolidad­a. Eventualme­nte, o VLT poderá ser alternativ­a a outras linhas que se aproximem do teto de capacidade.

Campinas (SP) 3,1 milhões

A maior cidade do interior paulista se tornou o centro de uma populosa região metropolit­ana muito espalhada. Com um relevo plano e um traçado de avenidas largas abertas nos anos 1970 e 1980, a cidade precisa implantar transporte­s públicos de alta/média capacidade.

Os planos de adotar o VLT, como o de Santos (SP), estão sendo trocados pelo BRT, mais barato. Campinas em breve poderá ganhar um jeito de Curitiba.

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