NYT se prepara para ‘tempestade à esquerda’
Há três semanas, o New York Times foi questionado amplamente por não ter percebido —e coberto— a escalada da socialista Alexandria OcasioCortez no Partido Democrata, em plena Nova York.
Domingo, o jornal levou a ascensão à manchete impressa, “Democratas se preparam conforme tempestade cresce à esquerda em suas vozes ferozmente liberais”. Logo abaixo, de forma mais clara: “Jovens eleitores incitam líderes do partido a despertar e prestar atenção”. O enunciado online foi ainda mais claro: “Há uma revolução à esquerda. Democratas se preparam”.
Aborda casos semelhantes —em que a esquerda democrata vem enfrentando e por vezes derrubando nomes estabelecidos— em Michigan, Pensilvânia e Maryland.
Em suma: “Uma nova geração de progressistas colocou os democratas no limiar de uma transição radical, longe não só do espírito centrista de Clinton mas também, talvez, do liberalismo de Obama, orientado pelo consenso”.
Ao lado, o NYT reporta a estreia de Ocasio-Cortez em campanha nacional, bradando em comício: “Mudança exige coragem. O que vocês me mostraram e o que vamos mostrar no Bronx é que os trabalhadores do Kansas compartilham os mesmos valores que os trabalhadores de todos os lugares.”
estado profundo No Financial Times, o principal colunista de política americana, Edward Luce, alertou para “O risco de chamar Trump de traidor”, como vêm fazendo “vários colunistas do NYT”. O argumento é que, como explicita no segundo enunciado, “Grande parte dos EUA compartilha a suspeita sobre o ‘estado profundo’”, a começar das “agências de espionagem, que têm um histórico cheio de remendos”. Aliás, acrescenta ele, “Mr. Trump está ampliando seu mercado”.
temores Quarto destaque na capa do NYT, “Militares brasileiros entram na política, fazendo crescer temores de uma ditadura”. Citando Jair Bolsonaro e diversos generais, o texto explica que “as conclamações por intervenção militar começaram em 2013” e “desde então se tornaram mais ruidosas”, culminando na greve dos caminhoneiros “que paralisou o país por mais de uma semana”. Também na alemã Der Spiegel, marcando o lançamento da candidatura, “crescem as chances de Bolsonaro”.