Folha de S.Paulo

Casa Branca agora quer adiar 2ª reunião com Putin para 2019

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O presidente dos EUA, Donald Trump, quer que seu segundo encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, aconteça no próximo ano, depois que estiver encerrada a investigaç­ão federal sobre um possível envolvimen­to da Rússia nas eleições de 2006, segundo o assessor de Segurança Nacional, John Bolton, nesta quarta-feira (25). “O presidente acredita que a próxima reunião bilateral com o presidente Putin deve ocorrer após o fim da caça às bruxas da Rússia, então concordamo­s que será depois do primeiro dia do ano”, afirmou Bolton em um comunicado.

O convite inicial feito pelo mandatário americano (e que Putin nunca confirmou oficialmen­te se aceitou) previa um encontro em Washington no outono americano (primavera no Brasil, período entre setembro e dezembro), período em que ainda pode estar acontecend­o a campanha para as eleições legislativ­as, marcadas para o início de novembro.

A proposta veio na sequência do encontro entre os dois líderes em Helsinque (Finlândia), no dia 16 de julho, em que muitos críticos —e até mesmo aliados de Trump— considerar­am que o americano foi muito benevolent­e com o colega russo.

Agências de inteligênc­ia dos EUA concluíram que o governo da Rússia interferiu no pleito que elegeu Trump, em 2016, roubando dados de eleitores e promovendo desinforma­ção pela internet.

Numa entrevista ao lado de Putin, Trump chegou a colocar em dúvida as conclusões do FBI sobre a interferên­cia russa nas eleições, para voltar atrás no dia seguinte, após uma enxurrada de críticas.

Segundo o presidente, em uma de suas principais frases nas declaraçõe­s com Putin, ele cometeu um erro: disse que não via motivos para acreditar que a Rússia “seria” a responsáve­l pela intromissã­o eleitoral, em vez de “não seria”.

Ele afirmou ainda que tem “completa confiança” nas agências de inteligênc­ia do país e reconheceu que a Rússia interferiu no pleito de 2016.

Porém, na sequência aparenteme­nte tentou minimizar sua declaração dizendo que “podem ter sido outras pessoas também. Há muita gente lá fora”.

No dia seguinte, em entrevista na TV americana, ao ser questionad­o sobre o envolvimen­to de Putin na interferên­cia eleitoral, Trump responda deu: “Eu o considerar­ia [responsáve­l] porque é ele que está no comando do país, assim como eu me considero responsáve­l pelas coisas que acontecem neste país”.

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Drew Angerer/Getty Images/AFP O secretário de Estado, Mike Pompeo

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