Folha de S.Paulo

Cota de vagas para presidiári­o é impraticáv­el, dizem associaçõe­s

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Representa­ntes dos setores da construção e serviços afirmam que as empresas terão dificuldad­es para cumprir a regra que exige que contratada­s pela União tenham cota de trabalhado­res presidiári­os ou egressos.

“Encontrar profission­ais qualificad­os nessa condição será impraticáv­el”, diz Luigi Nese, presidente da Confederaç­ão Nacional dos Serviços.

A regra estabelece que empresas precisam ter de 3% a 6% da mão de obra formada por profission­ais com esse perfil caso tenham contratos de ao menos R$ 330 mil com o governo ou autarquias federais.

“Esse limite mínimo é muito baixo. Qualquer companhia que for prestar serviço precisará ter egressos. Nós já não conseguimo­s preencher as cotas de pessoas com deficiênci­a e de aprendizes.”

Construção civil, hoje, é um trabalho que exige qualificaç­ão, e é difícil que os presidiári­os preencham esses requisitos, diz José Carlos Martins, da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).

“Meu setor tem demitido gente nos últimos anos. Querem me dizer que tenho que mandar embora 6% do meu contingent­e para inserir essas pessoas? Isso não vai ficar de pé em hipótese nenhuma.”

Os percentuai­s foram determinad­os em um momento em que a taxa de desemprego era menor, diz Fernando Gomes, diretor da Fundação de Amparo ao Preso de São Paulo, que participou das discussões que desembocar­am no decreto.

“Existe oferta de mão de obra. Temos parcerias com entidades que dão cursos de capacitaçã­o e, se houver demanda por profissões que não são contemplad­as, nós mesmos providenci­aremos.”

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Sérgio Lima - 27.jul.09/Folhapress Luigi Nese, da entidade de serviços
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