Balanço decepciona e ação do Facebook cai 24%
Empresa perde US$ 150 bi após divulgar receita menor que a esperada no primeiro trimestre completo após escândalo
As ações do Facebook caíram até 24% no after market (negociação após o fechamento do pregão tradicional) depois que a rede social divulgou receita abaixo das projeções e uma desaceleração em seu crescimento.
Em duas horas, a gigante da tecnologia perdeu cerca de US$ 150 bilhões (R$ 555 bilhões) em valor de mercado.
No primeiro trimestre completo depois do escândalo da Cambridge Analytica, a receita total do Facebook cresceu 43%, para US$ 13,2 bilhões (R$ 47,5 bilhões), abaixo da projeção de consenso de US$ 13,4 bilhões (R$ 49,6 bilhões), no período encerrado em junho.
O ritmo de crescimento na base de usuários também se desacelerou ligeiramente. Havia sido de 13% no segundo trimestre de 2017 e agora caiu para 11%. O número de usuários da maior rede social do planeta avançou para 2,2 bilhões por mês e 1,5 bilhão por dia.
Em comunicado, Mark Zuckerberg, fundador e presidente-executivo do Facebook, disse que a comunidade da empresa e seus negócios crescem rapidamente.
“Temos o compromisso de investir para manter as pessoas seguras e protegidas e para continuar a criar maneiras novas e significativas de ajudar as pessoas a se conectarem.”
A rede social tenta sobreviver às tempestades políticas criadas em torno de suas práticas de proteção da privacidade de dados de usuários e do uso de sua rede para desinformação, sem gerar rejeição pelos usuários ou anunciantes.
Os investidores vêm acompanhando com atenção se a campanha #deletefacebook afetou o crescimento da base de usuários da companhia, depois das revelações de um grande vazamento de dados para a Cambridge Analytica, consultoria política que trabalhou para a campanha de Donald Trump em 2016.
A consultoria obteve acesso a dados de 86 milhões de usuários da rede social sem o consentimento deles.
Zuckerberg foi ao Congresso dos EUA responder a perguntas sobre o escândalo e passou a ser alvo de pressão de autoridades regulatórias em vários países.
As margens de lucro foram prejudicadas pelo aumento nos gastos, que inclui a contratação de milhares de novos moderadores para fiscalizar o site em busca de notícias falsas e de mensagens de ódio. não se pronunciou.
“Precisamos mudar as métricas e os objetivos a que aspiramos”, disse no memorando, escrito seis dias após emergirem as informações sobre o vazamento de dados, em março.
“Precisamos construir uma experiência para o usuário que transmita honestidade e respeito, e não uma experiência otimizada para convencer as pessoas a clicar e nos dar mais acesso”, escreveu.
“Precisamos não recolher dados intencionalmente sempre que possível e conservar os dados que recolhemos só enquanto os estivermos usando para servir as pessoas.”
Stamos escreveu o memorando depois de o jornal The New York Times publicar reportagem sobre sua saída do Facebook porque estaria frustrado com a maneira como a rede lidava com seus problemas.
Na mensagem, ele disse que não estava saindo por raiva. Afirmou que, em uma reorganização da equipe de segurança no fim de 2017, ele havia prometido que ficaria pelo menos até agosto deste ano.
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