Folha de S.Paulo

Cresce demanda por graduação remota em gastronomi­a

Pedagogia e administra­ção reúnem mais alunos online no setor privado

- -Sabine Righetti

Apesar de carreiras tradiciona­is como administra­ção e pedagogia serem as mais procuradas por quem quer fazer uma graduação a distância, novos cursos online começam a ganhar adeptos, entre eles gastronomi­a. Mais de meio milhão de alunos fazem administra­ção e pedagogia remotament­e em cursos pagos no Brasil. Isso significa que, de cada 5 matriculad­os no setor privado online, 2 são nessas carreiras. Os outros alunos se dividem em mais de cem cursos de EaD. Especifica­mente em pedagogia e administra­ção, a oferta de ensino remoto no setor privado aumentou cerca de 75% de 2012 a 2016, segundo dados do Censo da Educação Superior do Inep-MEC. Pedagogia passou de 48 cursos a distância em 2012 para 84 em 2016. Administra­ção subiu de 46 cursos para 80 no mesmo período. Isso não significa que outras áreas não estejam ganhando espaço. “Isso vem mudando. Em 2016, de cada 3 alunos a distância da instituiçã­o, 1 era de pedagogia. Essa porcentage­m já foi maior”, afirma Carlos Fernando, pró-reitor de educação a distância da Unifran (Universida­de de Franca). Segundo ele, a demanda por cursos na modalidade está se diversific­ando, o que possibilit­a a oferta de novas carreiras. Exemplo disso é a engenharia. Se em 2012 não havia nenhuma graduação online em engenharia de computação ou mecânica em instituiçõ­es privadas do país, em 2016 cada uma dessas carreiras já tinha seis cursos. Gastronomi­a a distância também tem atraído muitos alunos, segundo Marilia Lopez, vice-reitora da Unip (Universida­de Paulista), que está entre as dez instituiçõ­es privadas com maior oferta de cursos de graduação a distância. Somente neste ano, a Unip abriu 11 novos cursos remotos, como gastronomi­a, gestão de serviços jurídicos e educação física. De acordo com Lopez, muitos alunos preferem estudar a distância. “É uma demanda dos estudantes”, afirma. Para Fredric Litto, presidente da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância), a comodidade desse tipo de curso é o principal fator que leva os alunos a preferirem as aulas remotas em relação às presenciai­s. Mas não é só isso: o bolso também pesa na escolha. Graduações a distância, diz Litto, são de 25% a 30% mais baratas do que as tradiciona­is ofertadas pela rede privada. Nem todo aluno, no entanto, consegue se adaptar à modalidade —um dos principais motivos de abandono. Há uma espécie de descompass­o: se por um lado quem mais procura os cursos a distância são os alunos mais velhos, por outro, é justamente esse perfil de estudante que não está familiariz­ado com novas tecnologia­s. Na Unifran, todo aluno que ingressa nos cursos a distância pode fazer um programa de ambientaçã­o, inclusive presencial­mente, para entender como funcionam as etapas do curso, a plataforma online e a biblioteca eletrônica. “Intensific­amos esse programa no ano passado”, diz Fernando. Há perspectiv­a de cresciment­o nas graduações a distância privadas. A Unifran, por exemplo, já pediu autorizaçã­o para ofertar curso de direito semipresen­cial (com até 30% de atividades em sala de aula) e enfermagem. “A EaD deve avançar nessa linha na área de saúde e direito. Engenharia­s também devem ampliar”, diz Fernando.

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