Folha de S.Paulo

Jiquitaia

- Fábio Zanini

Seja sincero: quem você conhece que sonha em ter quiabos para o jantar?

No Jiquitaia, a quiabada com camarão é um dos destaques do cardápio, e imediatame­nte a casa inspira respeito pela ousadia de fazer comida brasileira fora da tradiciona­l camisa de força baiano/mineira.

Durante o dia, o sobrado sem frescura perto da avenida Paulista passa por mais um dos incontávei­s restaurant­es de prato executivo dos Jardins. À noite, com suas mesas num salão apertado, é a tradução do aconchego.

Qualquer que seja o horário, é bom negócio pedir o menu de entrada, principal e sobremesa. À noite, sai por convidativ­os R$ 88. As entradas são criativas e juntam ingredient­es que normalment­e não se frequentam, como o nhoque de banana com carne-seca (você não leu errado, é uma entrada) e a batata-doce grelhada, queijo gorgonzola, castanha-do-pará e pimenta-biquinho.

Como prato principal, além da já citada quiabada, a bochecha de porco faz outro par menos convencion­al, com pamonha cozida. O tradiciona­líssimo pato no tucupi amazônico vem com arroz na versão magret mal passado, outra audácia da cozinha.

A sobremesa é mais tradiciona­l, mas ainda assim existe espaço para invenções como o brigadeiro com raspa de pé de moleque e um musse de chocolate com calda de cupuaçu.

E há o bar, subindo as escadas, que é uma boa pedida para os dias em que o salão do restaurant­e estiver lotado, o que acontece com alguma frequência. Drinques com comidinhas satisfazem os que não aguentarem esperar. O risco é se acabar no torresmo de barriga de porco e dar-se por satisfeito.

Mocotó (leia na pág. 80)

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