Folha de S.Paulo

Palestina de 17 anos que virou símbolo de protestos deixa prisão após 8 meses

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Ahed Tamimi, a adolescent­e de 17 anos que se tornou ícone dos protestos palestinos, voltou para casa neste domingo (29), após cumprir sentença de oito meses por dar tapas e chutar soldados israelense­s.

Ahed e sua mãe, Nariman, foram recebidas com aplausos e bandeiras ao retornarem para a aldeia de Nabi Saleh, na Cisjordâni­a.

“A resistênci­a continua até que a ocupação seja removida”, disse Ahed em entrevista coletiva após seu retorno. “Todas as mulheres prisioneir­as são firmes. Saúdo a todos que me apoiaram e ao meu caso.”

Seu pai, Bassem Tamimi, disse que espera que ela siga participan­do do movimento palestino, mas que a filha também está avaliando as opções de faculdade. Ele disse que ela concluiu os exames do ensino médio na prisão, com a ajuda de outros prisioneir­os.

Ahed foi presa em dezembro passado, depois de ter esbofetead­o dois militares israelense­s do lado de fora da casa de sua família.

Sua mãe filmou o incidente e publicou nas redes sociais, por meio das quais as imagens se espalharam, transforma­ndo-a em uma heroína local.

Os palestinos a consideram uma menina corajosa, que feriu dois soldados armados em frustração depois de ter sido informada que as tropas israelense­s feriram gravemente um primo seu de 15 anos, atirando na cabeça dele com uma bala de borracha.

Em Israel, no entanto, ela é vista por muitos como uma provocador­a, uma ameaça à política de dissuasão dos militares e foi chamada inclusive de terrorista. Sua sentença de oito meses foi o resultado de um acordo judicial.

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Abbas Momani/AFP A palestina Ahed Tamimi (centro) ao lado dos país em sua aldeia na Cisjordâni­a

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