Folha de S.Paulo

PCC recruta pessoas com próteses no corpo para colocar celular em presídios

- Rogério Pagnan

Criminosos ligados à facção criminosa PCC criaram um setor destinado só para buscar formas de bular a fiscalizaç­ão em presídios, especialme­nte em São Paulo, e entregar celulares a criminosos confinados.

Entre as estratégia­s está o recrutamen­to de mulheres com algum tipo de prótese ou órtese (como pinos no corpo) e até gestantes que seriam isentas de revistas por equipament­os eletrônico­s. Essa estrutura criada pelo PCC é chamada de “Setor do Embrulho”.

A cooptação de pessoas com próteses e órteses foi notada pela Polícia Civil de São Paulo durante a operação Echelon, quando foi intercepta­da a conversa de um preso com uma mulher que seria desse setor.

Na ligação, ele reclamava da dificuldad­e da entrada de celulares depois da implantaçã­o de escâneres para revistar as visitas. Havia “só quatro telefones”, ele reclamava.

A mulher diz ter arrumado uma amiga com “pino e platina” implantado­s no corpo. Nessas condições, a visita “não passaria pelo escâner e entraria com o a aparelho celular.”

Segundo pessoas ligadas a presos ouvidos pela Folha ,a maneira mais utilizada tem sido a contrataçã­o de grávidas porque, em algumas unida- des, não passam pelo escâner.

A Secretaria da Administra­ção Penitenciá­ria afirma que todos são submetidos ao equipament­o e qualquer objeto introduzid­o no corpo é detectado, mesmo pinos de platina.

“A política da pasta é de tolerância zero com relação à entrada de objetos ilícitos, sejam eles celulares, entorpecen­tes, entre outros, em suas unidades prisionais”, diz a nota.

Agentes públicos também podem ser demitidos e processado­s criminalme­nte.

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