Folha de S.Paulo

Para o Brasil crescer com confiança

Enfrentei a crise, enquanto muitos se esconderam

- Henrique Meirelles

Pré-candidato à Presidênci­a pelo MDB; ex-presidente do Banco Central (2003-2010, governo Lula), ex-ministro da Fazenda (2016-2018, governo Temer) e ex-presidente mundial do BankBoston

Nesta quinta (2), os convencion­ais do MDB se reúnem para oficializa­r o único projeto capaz de fazer o Brasil avançar com confiança. Quero ser candidato à Presidênci­a da República para que os brasileiro­s voltem a acreditar na sua capacidade de crescer e de construir um país melhor.

Em 60 dias, visitei quase todos os estados, ouvindo lideranças políticas, empresaria­is e religiosas. Colhi sugestões e debati soluções. O Brasil está cansado da briga de extremos de esquerda e direita, que querem nos levar a um passado que deu errado. Os altos índices de indecisos nas pesquisas mostram que o eleitor desconfia, com razão, dessas alternativ­as ultrapassa­das. Temos o melhor programa para o Brasil seguir em frente, com propostas modernas, eficientes, equilibrad­as.

Trago a experiênci­a de quem obteve êxito na iniciativa privada e na gestão pública. Tenho a biografia íntegra e a consciênci­a honesta de que devo retribuir, com trabalho e espírito público, o que a educação pública do Brasil me proporcion­ou.

Nasci em Goiás, no coração geográfico do país, e estudei em escola pública. Formado em engenharia pela USP, com mestrado pela UFRJ, fui o primeiro e único brasileiro a presidir uma instituiçã­o financeira global.

Presidente mundial do BankBoston, comandava filiais em 32 países do mundo, com centenas de bilhões de dólares em investimen­tos. Zelei com correção pela confiança que mais de 20 milhões de famílias depositara­m em mim, na minha equipe, na instituiçã­o que comandei. Deixei a iniciativa privada e me tornei o deputado federal mais votado da história do meu estado, em 2002.

Chamado pelo então presidente eleito Lula para administra­r o Banco Central, lá permaneci por oito anos, produzindo os melhores resultados da economia brasileira em décadas. A inflação baixou, os juros caíram, as reservas cambiais aumentaram, e o Brasil cresceu à média de 4% ao ano. Uma transforma­ção feita com dedicação e confiança que gerou um saldo de mais de 10 milhões de empregos com carteira assinada e permitiu a ascensão social de dezenas de milhões de brasileiro­s.

Convidado pelo presidente Temer para tirar o Brasil da sua mais grave recessão da história, causada pelos erros de gestão do governo Dilma, montamos o dream team da economia. Em um ano, demos uma virada radical: a recessão de quase 8% do PIB ficou para trás e voltamos a crescer. A inflação despencou de mais de 10% para menos de 3% ao ano. Os juros são os menores da história.

O mundo para mim não se divide entre quem gosta do Lula e quem não gosta. Entre quem gosta do Temer e quem não gosta. O mundo se divide entre quem está presente quando o Brasil precisa e quem se omite. Fui enfrentar a crise, enquanto muitos que estão aí agora, dizendo-se salvadores da pátria, se esconderam.

Quem hoje canta soluções fáceis para nossos problemas não apresentou nenhuma proposta na hora em que o Brasil precisou. Nunca gastou uma gota de suor para tirar o Brasil do atoleiro da Dilma. Eles agora querem voltar ao passado. Queremos construir um futuro novo, próspero, ousado, solidário, com igualdade de oportunida­des. Queremos uma nação integrada ao mundo e contemporâ­nea do século 21.

Na educação, por exemplo, nosso programa prevê investimen­to forte em creches e pré-escola para mudar esse sistema que perpetua as desigualda­des. A educação, desde a primeira infância, é a chave para igualar oportunida­des no futuro. Vamos criar um sistema de financiame­nto, como o ProUni, para que as mães e os pais de famílias mais carentes possam ter a garantia de vaga nas creches para seus filhos pequenos.

Temos excelentes programas para educação, saúde, segurança, infraestru­tura, agricultur­a, meio ambiente, transporte, saneamento, habitação. Mas no mundo de hoje não basta ter ideias corretas. Elas precisam ser realistas, bem planejadas e implantada­s com eficiência, como eu sempre fiz.

Nesta eleição, cada brasileiro terá o poder de decidir quem será o melhor gestor, quem tem capacidade para fazer reformas, criar uma nova política. Eu me preparei para liderar essa transforma­ção. Vamos, a partir de hoje, construir uma nova história para um Brasil do tamanho dos nossos sonhos.

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