Folha de S.Paulo

Recuo estratégic­o

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

Na conversa com Janaina Paschoal, Jair Bolsonaro (PSL) topou abdicar de teses polêmicas para atrair a advogada à sua chapa. Ela não concorda em aumentar de 11 para 21 o número de ministros do STF. Ele recuou. “Não vai ter essa proposta”, disse ao Painel. Mas Janaina ainda reflete sobre a vaga de vice. “Penso que meu papel seria abrandá-lo. A caneta é do presidente. Mas, ao menos na minha área, parece que vai ouvir. Já reviu a ideia de aumentar o número de ministros. Bom sinal.”

O presidenci­ável e a advogada também debateram a maioridade penal. O deputado diz que Janaina só toparia reduzir de 18 para 16 anos se houvesse restrições. Segundo relatou, eles chegaram a uma média: 17 anos.

Janaina pediu cópia do plano de governo do PSL para avaliar propostas para saúde e educação. A decisão sobre a vaga de vice deve sair até o fim de semana.

Segundo Bolsonaro, o general Hamilton Mourão (PRTB) voltou ao radar nesta terça (31) depois de uma conversa que ele teve com o presidente do PRTB, Levy Fidelix. A decisão, porém, só “aos 45 do segundo tempo”.

A assessoria de Maria do Rosário (PT-RS) diz que seus advogados vão anexar ao processo que ela move contra Bolsonaro no STF falas dele no Roda Viva. Para a petista, o presidenci­ável repetiu no programa o argumento que dá base à queixa-crime, ao reafirmar que ela não merecia ser estuprada.

Aliados do presidenci­ável do PDT, Ciro Gomes, dizem ter feito todos os gestos possíveis para convencer o PSB a fechar aliança nacional. Os pedetistas decidiram apoiar candidatos a governador do PSB em sete estados.

“Só não os apoiamos em locais onde os nossos candidatos lideram as pesquisas”, explicou Cid Gomes, irmão de Ciro. “Confesso que estou otimista, mas gato escaldado tem medo de água fria”, disse, numa referência às fracassada­s negociaçõe­s com o centrão.

O PT fará sua convenção no sábado (4) sem indicar o candidato a vice de Lula. O partido delegará a definição à executiva. O nome deve ser apresentad­o no limite do prazo, em 15 de agosto.

Nas discussões sobre o melhor nome para ocupar a vice de Geraldo Alckmin (PSDB), aliados do presidenci­ável dizem que ele deveria privilegia­r quem possa impulsioná-lo em alguma região ou colégio eleitoral do país.

Segundo dirigentes de entidades que representa­m agentes da Polícia Federal, a proposta de estabelece­r um mandato para o diretor-geral da corporação terá apoio majoritári­o, mas só se o sistema de indicação para o posto não mudar.

Hoje, o presidente decide livremente que delegado vai escolher. A ideia é fechar a minuta da proposta de lei orgânica e levá-la à análise do ministro Raul Jungmann (Segurança) para tentar emplacar na gestão do presidente Michel Temer.

Licitação para a escolha da agência que vai tocar a comunicaçã­o digital do Sebrae deve parar na Justiça. Apesar de mais de cem empresas terem retirado cópia do edital, só duas apresentar­am propostas. O contrato era de até R$ 20 milhões por ano.

A Associação Brasileira dos Agentes Digitais critica o formato da concorrênc­ia e diz que faltou transparên­cia ao edital. A entidade prepara um mandado de segurança.

O Sebrae diz que a licitação, de modalidade técnica e preço, “obedeceu rigorosame­nte todas as etapas previstas” em seu regulament­o e seguiu recomendaç­ão do TCU. A Moringa, que venceu, ofereceu preço de R$ 13,9 milhões por ano, sob demanda.

O proprietár­io da Moringa, Bruno Ladeira, defende a concorrênc­ia, diz que o edital seguiu os trâmites legais e que o formato adotado abre portas à participaç­ão de agências pequenas e médias.

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