Dólar acumula queda de 3,5% em julho e interrompe 5 meses de alta
Apesar de registrar nesta terça-feira (31) alta pelo segundo pregão seguido, o dólar fechou julho em queda ante o real pela primeira vez desde janeiro.
Após subir 4,07% em junho, o dólar comercial iniciou o mês cotado a R$ 3,912, mas encerrou a R$ 3,755, queda de 3,5%. Em janeiro, recuara 4,04%.
No ano, porém, a moeda ainda acumula alta de 15%. E, nesta terça, o dólar subiu 0,67% e seguiu o movimento global de valorização da divisa.
O alívio temporário de julho é uma combinação do arrefecimento na guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros e do bom humor do investidor com perspectivas eleitorais no Brasil.
“Combinou o centrão apoiando o candidato do PSDB [Geraldo Alckmin] à Presidência com uma resposta dos países ao protecionismo americano”, afirma Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do Banco Ourinvest.
Ela lembra ainda que Japão e União Europeia firmaram um acordo de livre-comércio.
Evandro Buccini, economista-chefe da Rio Bravo, destaca que indicadores econômicos deram sinais de que os efeitos da paralisação de caminhoneiros foram pontuais.
“O IPCA-15 deste mês [prévia da inflação do país] desacelerou para 0,64%, e o IPCA fechado de julho deve vir abaixo de 0,3%”, afirma.
Com menor aversão a risco, o Ibovespa, índice das ações mais negociadas da Bolsa brasileira, avançou 8,9% em julho, para 79.220 pontos. Nesta sessão, o índice recuou 1,31%, com o peso de balanços como o do Itaú e o da Cielo.
“Para investidores, o importante é diversificar. Quem tinha ações sentiu volatilidade nos últimos meses, mas em julho viu valorização. Isso não significa que agora deva colocar tudo em ação”, diz Viní-cius Maeda, diretor de relações com investidores da Magnetis.