Folha de S.Paulo

Globoplay revela mudanças para enfrentar Netflix

- -Nelson de Sá Divulgação

Na primeira apresentaç­ão pública do novo Globoplay, serviço de streaming do Grupo Globo que passou a dirigir no início do ano, o executivo João Mesquita adiantou algumas das atrações que devem estar em seu catálogo até o final do ano, para tornálo um concorrent­e de maior peso da Netflix.

Em vídeo com “conteúdos que estão fechados”, ou seja, contratado­s, e outros que ainda “não estão necessaria­mente fechados”, como alertou Mesquita, foram destacadas pela ordem as séries “The Handmaid’s Tale”, originalme­nte do streaming americano Hulu, “The Good Doctor”, da ABC, e “The Gifted”, da Fox.

Também a animação francesa “As Aventuras de Ladybug”, do TF1, e séries infantis do próprio grupo, como “D. P. A. - Detetives do Prédio Azul”, “Escola de Gênios” e “Valentins”, produzidas pelo Gloob.

O serviço terá ainda séries dramáticas exclusivas produzidas pela TV Globo, já divulgadas anteriorme­nte, como “Ilha de Ferro”, que deve ficar pronta no final deste ano, e “Assédio”. O vídeo termina com o bordão “porque a melhor escolha é a sua, e o melhor conteúdo é o nosso”.

“Estamos numa fase de muito trabalho de bastidor, quer em matéria de tecnologia, quer em matéria de negociaçõe­s de conteúdo”, disse Mesquita, durante o Pay-TV Fórum, evento do setor realizado na zona sul de São Paulo.

O Globoplay visa “um catálogo rico, com acordos com os grandes estúdios, mas também com muitas empresas menores, europeias e de outros lugares do mundo”, porque “está mais que provado que o SVOD [streaming por assinatura] traz a possibilid­ade de fugir um pouco do padrão típico da TV americana”.

As mudanças estão sendo introduzid­as aos poucos na plataforma, até agora mais voltada ao chamado “catch up” —quando o espectador assiste na plataforma ao programa que perdeu na TV.

Parte das atrações já está acessível apenas aos assinantes, que pagam R$ 18,90 por mês, mas as novidades “mais substancia­is” deverão entrar até dezembro.

Sobre a Netflix, o diretorger­al do Globoplay afirmou: “Não vamos concorrer direto com ninguém. Vamos oferecer coisas novas, coisas diferentes. Muito provavelme­nte será um complement­o, será uma opção. Para muita gente, será a primeira opção. Para outros, a segunda”.

Ele argumenta que “o Brasil ainda tem muito para caminhar, hoje tem um único serviço que domina todo o segmento, mas há espaço para dois, três, fácil”.

Entre as muitas indefiniçõ­es sobre o novo Globoplay está o próprio nome. Vêm sendo testados “vários”, em pesquisas que abrangem outras questões.

Também há pendências quanto à relação com duas empresas de TV paga do grupo, Telecine e Globosat, que já desenvolve­ram serviços de streaming, só que vinculados às operadoras e de menor alcance.

“Como o grupo tem interesses específico­s no Telecine, o Globoplay não vai, com certeza, estar nos mercados concorrend­o por filmes”, diz Mesquita. “Os grandes filmes, em primeira janela [primeira plataforma de exibição], estarão no Telecine.”

Com a Globosat é um pouco diferente. “Ela desempenha um papel fundamenta­l hoje na relação com o segmento de TV por assinatura, mas muitos conteúdos que estão acumulados, que não estão hoje em horário nenhum, estarão conosco”, diz.

De qualquer maneira, o objetivo do Grupo Globo é desenvolve­r novos segmentos consumidor­es, ou seja, “o foco é conteúdo novo e não espalhar os mesmos conteúdos em mais uma plataforma”.

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Episódio da segunda temporada de ‘The Handmaid’s Tale’, uma das séries em negociação pelo Globoplay

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