Folha de S.Paulo

TCU proíbe OAS de entrar em licitação para obras federais por cinco anos

- Fábio Fabrini

brasília O TCU (Tribunal de Contas da União) declarou nesta quarta-feira (1º) a inidoneida­de da OAS.

Com a decisão, a empreiteir­a fica proibida de participar de licitações de órgãos federais por cinco anos, bem como daquelas abertas por estados e municípios para obras e serviços bancados pela União.

A sanção foi aplicada em razão de fraudes nas concorrênc­ias de obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, cujos valores atualizado­s ultrapassa­m R$ 13,4 bilhões.

Os contratos foram investigad­os na Operação Lava Jato, cujas informaçõe­s subsidiara­m a corte.

O relatório sobre o caso, julgado em plenário, diz que delações premiadas, documentos apreendido­s pela Polícia Federal, acordos de leniência celebrados com o Cade (Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica) e análises estatístic­as, entre outros elementos de prova, apontam que a OAS “compunha o denominado ‘clube’ de empreiteir­as” que se associaram “de forma ilícita para dominar o mercado de grandes obras da Petrobras e para eliminar a real concorrênc­ia dos certames licitatóri­os da companhia”.

Para manter a possibilid­ade de negociar com órgãos da União, a empresa tenta um acordo de leniência com a CGU (Controlado­ria-Geral da União), mas ele não vingou.

Na esfera criminal, o empresário José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ainda busca firmar um acordo de delação premiada com o MPF (Ministério Público Federal).

Os ministros do TCU seguiram o voto do relator, Benjamin Zymler, que não acolheu justificat­ivas feitas pela empreiteir­a.

“Friso que, até o momento, a OAS nem sequer demonstrou que atenderia plenamente às condições elencadas na Lei Anticorrup­ção para a celebração de acordo de leniência, em particular o requisito de ter sido a primeira a se manifestar sobre o seu interesse em cooperar para a apuração dos atos ilícitos”, escreveu Zymler.

Ele ressaltou, contudo, que a empreiteir­a poderá ser beneficiad­a por eventuais colaboraçõ­es futuras.

A OAS não se pronunciou.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil