Folha de S.Paulo

Árbitro usa o VAR e leva quase 5 minutos para anular expulsão na Copa do Brasil

Árbitro volta atrás na expulsão de jogador do Bahia em empate com Palmeiras na Copa do Brasil

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BAHIA 0 PALMEIRAS 0

A primeira mudança de marcação da arbitragem após consulta ao VAR (árbitro assistente de vídeo) em uma competição organizada pela CBF demorou 4min38s.

A revisão do lance aconteceu no empate entre Bahia e Palmeiras por 0 a 0, nesta quinta-feira (2), na Arena Fonte Nova, em Salvador, pela partida de ida das quartas de final da Copa do Brasil.

O VAR foi consultado após o árbitro Anderson Daronco expulsar o defensor Gregore, do Bahia, que cometeu pênalti no palmeirens­e Arthur.

De acordo com as imagens da transmissã­o, Daronco expulsou o jogador 20 segundos após assinalar a falta. Ele foi cercado por cinco jogadores da equipe baiana, que reclamaram da marcação, e decidiu rever o lance no monitor 2min06s depois, após conversa com Leandro Vuaden, es- calado como árbitro de vídeo da partida em Salvador.

Após conversar com o VAR enquanto revia a imagem da jogada por pelo menos seis vezes, Daronco decidiu voltar atrás e anular o cartão vermelho ao jogador do Bahia. Ele mostrou o amarelo no lugar.

No total, o jogo ficou paralisado por 6min04s até o reinício da partida para a cobrança de pênalti de Bruno Henrique, que acertou o travessão.

A demora na decisão é bem superior à média de paralisaçã­o na Copa do Mundo para a consulta da tecnologia. No Mundial da Rússia, o VAR levou em média 79,6 segundos, de acordo com a Fifa.

Daronco ainda teve a ajuda do árbitro de vídeo na expulsão do atacante palmeirens­e Deyverson, aos 45 minutos do segundo tempo, após uma cotovelada em Mena, do Bahia.

Logo após a agressão, o juiz da partida pediu calma aos jogadores para ouvir o que o árbitro de vídeo tinha a dizer e, na sequência, deu cartão vermelho. Assim, seguiu o protocolo da Ifab (Internatio­nal Football Associatio­n Board), órgão que regulament­a as regras do futebol, que permite o auxílio do árbitro de vídeo em lances passíveis de expulsão.

A CBF só fará avaliação sobre o uso do VAR após os jogos de volta das quartas de final, marcados para os dias 15 e 16 de agosto, data do segundo duelo entre Bahia e Palmeiras.

Para essa partida, a equipe alviverde já terá o técnico Luiz Felipe Scolari no banco de reservas. Nesta quinta-feira, o time foi comandado pelo exzagueiro Paulo Turra, auxiliar do treinador pentacampe­ão mundial, que será apresentad­o nesta sexta-feira.

Turra implantou o estilo de jogo que agrada ao chefe e escalou um homem fixo na frente (Deyverson).

O camisa 16 demonstrou vontade em campo e teve a chance de marcar de bicicleta nos primeiros minutos de jogo. O Palmeiras teve outras chances de abrir o placar, mas não foi competente. O Bahia também teve oportunida­des, mas também não converteu.

Com o empate por 0 a 0, o vencedor do jogo de volta garante vaga na semi do torneio.

O árbitro de vídeo estreou na competição nacional na quarta-feira (1º).

Na ocasião, foi acionado apenas duas vezes, em lances de possíveis pênaltis nos jogos entre Santos x Cruzeiro e Corinthian­s x Chapecoens­e. Os árbitros das partidas, porém, só consultara­m o VAR pelo ponto eletrônico e não revisaram o lance no monitor —as infrações realmente não acontecera­m.

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Jefferson Peixoto/Futura Press/Folhapress Anderson Daronco revê o lance do pênalti em monitor no gramado da Arena Fonte Nova
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