Folha de S.Paulo

Novas regras de financiame­nto estimulam venda de 8.000 imóveis em SP

- Gilmara Santos e Anaïs Fernandes

A decisão do governo de fomentar o financiame­nto de imóveis animou o setor, que prevê aqueciment­o das vendas a partir de janeiro do próximo ano, quando as novas regras entrarão em vigor.

“As medidas anunciadas foram muito importante­s e vão incentivar o comprador a adquirir a sua casa própria”, disse o presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporad­oras Imobiliári­as), Luiz Antonio França.

Além de elevar o valor de financiame­nto de imóveis com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) de R$ 950 mil para R$ 1,5 milhão, o governo também anunciou incentivos aos bancos para o financiame­nto de imóveis de até R$ 500 mil.

Segundo as novas regras, as instituiçõ­es que financiare­m unidade até esse valor poderão multiplica­r o montante por 1,2 na contabiliz­ação do patamar mínimo que deve ser direcionad­o ao crédito imobiliári­o.

Os bancos são obrigados a direcionar 65% dos recursos captados da poupança para esse financiame­nto.

“É um incentivo técnico aos bancos que deve contribuir para uma parcela que ficou no vácuo, que são os imóveis entre R$ 240 mil e R$ 500 mil, já que não se enquadram no Minha Casa, Minha Vida”, disse França.

De acordo com levantamen­to do Secovi-SP (sindicato da habitação), essa faixa concentra o maior estoque de imóveis na cidade de São Paulo. São 5.935 unidades disponívei­s nesse limite, de um total de 17.425 imóveis novos vagos.

“Nossa expectativ­a é que, com essas medidas, haja uma aceleração no setor no início do ano que vem. É claro que tudo vai depender do processo eleitoral”, disse o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), José Carlos Martins.

Para o diretor-executivo financeiro e de relações com investidor­es da Gafisa, Carlos Calheiros, existe uma parcela significan­te de pessoas que pretendem financiar imóveis de até R$ 1,5 milhão.

Dados do Secovi-SP apontam que há 2.217 imóveis novos disponívei­s entre R$ 900 mil e R$ 1,5 milhão na capital paulista.

“A medida vai ajudar tanto na liquidez do que já tem em estoque quanto para os futuros lançamento­s. Não são medidas que terão impacto imediato, mas que vão contribuir”, afirmou Calheiros.

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