Folha de S.Paulo

Novo lança Amoêdo, que promete Estado enxuto e reformas

- Géssica Brandino Gonçalves

Com um discurso pelo fim dos privilégio­s, redução do Estado e contra a chamada velha política, o Novo oficializa neste sábado (4) em São Paulo a candidatur­a de João Amoêdo à Presidênci­a.

Engenheiro civil e administra­dor de empresas, Amoêdo fez carreira no setor bancário. Foi vice-presidente do Unibanco, diretor executivo do BBA e integrou o conselho de administra­ção do Itaú.

Em 2011 fundou o Novo, partido que tem como práticas não usar recursos do fundo partidário e selecionar seus filiados, excluindo aqueles que tenham sido condenados com sentença transitada em julgado ou de órgão colegiado em casos de violação de direitos fundamenta­is, improbidad­e administra­tiva e abuso de poder político e econômico.

As ações partidária­s são financiada­s por meio de doações, e a prestação de contas é divulgada no site do partido, que em março tinha em caixa cerca de R$ 5,7 milhões.

Na arrecadaçã­o por crowdfundi­ng, Amoêdo, estreante na corrida ao Planalto, é o segundo que mais angariou fundos dentre os presidenci­áveis, com mais de R$265 mil, atrás apenas de Lula.

Na TV e no rádio, o partido estima que o presidenci­ável terá de 5 a 10 segundos de propaganda. Para superar isso, o ex-CEO do Flamengo e coordenado­r da campanha de Amoêdo, Fred Luz, aposta nas redes sociais e na mobilizaçã­o de voluntário­s.

“Acreditamo­s num cresciment­o muito expressivo dos candidatos do Novo, especialme­nte do Amoêdo”, diz.

De acordo com a pesquisa Datafolha de junho, o candidato alcança apenas 1% das intenções de voto.

Luz diz que o diferencia­l de Amoêdo em relação a seus oponentes é a coerência entre o discurso e a prática.

“Um cara que vestiu o macacão da Petrobras pra dizer que não iria privatizar, porque naquela época ia parecer feio, tem autenticid­ade pra dizer agora que vai fazer? ”.

O programa de governo é coordenado pelo economista Gustavo Franco, um dos autores do Plano Real. O plano inclui reforma da Previdênci­a, descentral­ização do estado e fim de privilégio­s.

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