Folha de S.Paulo

Retrato de Truffaut da 2ª Guerra é tema de coleção

- Cristiane Martins

Tradiciona­lista e romântico, o cineasta francês François Truffaut (19321984) usava a própria paixão pelo cinema como sua maior inspiração e, assim, foi capaz de elevar os filmes franceses a objetos de culto pelo mundo.

O longa “O Último Metrô” (1980), tema do terceiro volume da Coleção Folha Grandes Diretores no Cinema, é um dos principais exemplos da relação afetiva dele com o cinema. A edição chega às bancas no próximo domingo (12).

Truffaut realizou 22 longas e seis curtas, inspirados em filmes aos quais assistiu na infância em salas escuras de cinema, um refúgio durante a juventude permeada por pequenas delinquênc­ias e dramas familiares.

Aspectos autobiográ­ficos atravessam sua obra, a exemplo de “O Último Metrô”, que evoca experiênci­as durante a Segunda Guerra, quando os nazistas ocuparam a França.

Em vez de retratar grandes eventos, o cineasta se volta para a vida cotidiana. Mais especifica­mente para o fictício Théâtre Montmartre, que a atriz Marion Steiner (vivida por Catherine Deneuve) tenta manter em ação.

O local é dirigido pelo marido, Lucas Steiner (Heinz Bennent), judeu que vive escondido no porão a fim de escapar do antissemit­ismo crescente. Para estrelar uma nova peça, Marion decide contratar o jovem e destemido ator Bernard Granger (Gérard Depardieu), o que muda a dinâmica do local.

Para Cássio Starling Carlos, crítico e curador desta Coleção Folha, o longa oferece diversas camadas interpreta­tivas, em que a aparência clássica acoberta na verdade a subversão artística.

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Catherine Deneuve e Heinz Bennent em ‘O Último Metrô’

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