Empresário primo de Macri admite caixa 2 para kirchneristas
Ángelo Calcaterra, 60, primo do presidente argentino, Mauricio Macri, e ex-proprietário da empresa de construção IECSA, reconheceu nesta segunda(6), que colaborou com doações por caixa 2 a funcionários dos governos kirchneristas (2003-2015), em troca de concessões de obras públicas.
Calcaterra compareceu à Justiça após ser mencionado nos chamados “cadernos da corrupção”, uma série de anotações feitas por um ex-motorista da cúpula kirchnerista que vem sendo analisada pelos promotores.
Não é a primeira vez que o nome de Calcaterra surge vinculado a casos de corrupção do governo antecessor ao de seu primo.
A IECSA era a parceira local da Odebrecht no caso do soterramento de uma linha de trem da capital, a do trem Sarmiento, a obra de maior peso para a qual a construtora brasileira teria pago propinas para participar, segundo as investigações da Lava Jato no Brasil.
Calcaterra disse ao juiz Claudio Bonadio que foi “pressionado” pelos kirchneristas para que pagasse para continuar com as obras.
Porém, as anotações do motorista Oscar Centeno apontam para pagamentos voluntários, dele e de outros diretores da empresa, num valor mais alto do que o admitido por Calcaterra.
Javier Sánchez Caballero, ex-CEO da IECSA, é um dos empresários presos por conta do escândalo. Calcaterra, ainda permanece em liberdade.
Segundo o jornal argentino “La Nación”, os advogados do primo do presidente estariam negociando uma espécie de “delação premiada”.