Apple e Facebook tiram do ar páginas de ativista de extrema-direita dos EUA
A Apple eliminou vários podcasts do americano Alex Jones, enquanto o Facebook retirou quatro páginas de sua plataforma por considerar que glorificam a violência e incitam ao ódio.
Fundador do site InfoWars, Jones é uma personalidade midiática de extrema-direita que virou uma celebridade graças às suas teorias da conspiração sobre o ataque a tiros à escola Sandy Hook, em dezembro de 2012.
Desde que Adam Lanza matou 26 pessoas, incluindo 20 crianças, na instituição de Newtown, Connecticut, Jones afirmou em repetidas ocasiões que o crime foi uma encenação e que os pais das crianças eram atores.
Várias famílias de vítimas processaram a celebridade, acusando-o de propagar teorias para aumentar sua audiência e seus rendimentos.
O texano, de 44 anos, evocou várias outras teorias da conspiração, segundo as quais o governo americano teria ordenado vários ataques terroristas como os de 11 de setembro.
Há alguns dias, o Facebook retirou quatro vídeos de páginas de Alex Jones que violavam suas políticas de redes sociais sobre o discurso de ódio e assédio sexual, indicou nesta segunda esta plataforma em uma mensagem.
Desde então, Jones publicou conteúdos suplementares no Facebook, o que levou o grupo a suspender suas quatro principais páginas de extrema-direita.
Estas páginas são acusadas de glorificar a violência e utilizar uma linguagem desumanizada para descrever as pessoas transgênero, muçulmanas e imigrantes, em violação ao regulamento interno do Facebook.
A rede social detalhou que foi a linguagem utilizada, e não as teorias transmitidas por Jones, o que a impulsou a suprimir as páginas.
A Apple retirou de sua plataforma a maior parte dos podcasts de Alex Jones, informação inicialmente revelada pelo site BuzzFeed. Procurada pela AFP, a empresa não comentou nem deu detalhes sobre a decisão.
No fim de julho, o YouTube retirou quatro vídeos publicado por Alex Jones e o suspendeu por 90 dias. Seu canal continua sendo acessível.
“O establishment está atacando a liberdade de imprensa, aqui nos EUA”, afirmou Jones no último vídeo que postou, há uma semana.
Em 25 de julho, o Facebook tirou do ar, sob a justificativa de violar as políticas de autenticidade ao publicar notícias falsas, uma rede de 196 páginas e 87 perfis ligada ao Movimento Brasil Livre (MBL), grupo direitista que ficou conhecido nos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff.