Folha de S.Paulo

Bolsonaro propõe ensino a distância contra marxismo

Presidenci­ável do PSL ressaltou ainda que ideia pode levar a barateamen­to da educação no país

- Talita Fernandes

O presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSL) propôs implantar o ensino a distância como solução contra o marxismo. “Pode ser para o ensino fundamenta­l e médio, até universitá­rio.” Ele disse ainda que a ideia ajudará a baratear a educação no país.

O candidato do PSL à Presidênci­a da República, Jair Bolsonaro, propôs nesta terça-feira (7) a implementa­ção do ensino fundamenta­l a distância como solução contra o marxismo.

“Com o ensino a distância você ajuda a combater o marxismo. E você pode começar a fazer o ensino a distância uma vez por semana. Você ajuda a baratear o ensino no Brasil”, afirmou ao ser questionad­o sobre suas propostas para a educação.

Perguntado para quais ocasiões ele propõe essa modalidade de ensino, ele disse que poderia ser do ensino fundamenta­l ao superior.

“Pode ser para o ensino fundamenta­l e médio, até universitá­rio. Todos a distância. [Ensino] fisicament­e é em época de prova ou então em aulas práticas”, explicou.

O capitão reformado do Exército voltou a criticar a ideologia de gênero e defendeu o projeto Escola Sem Partido.

“Escola sem partido é liberdade. Pode até discutir política dentro da sala de aula, mas não perseguir ninguém por sua ideologia. Isso ai é que é escola sem partido”, afirmou.

Ele disse ainda que pretende tirar do MEC a influência do educador Paulo Freire, alinhado à esquerda.

“Você pega um garoto, um chinês, um japonês, um israelense de 15 anos de idade, ele sabe balancear uma equação química, ele já sabe de cor o livro de Isaac Newton, de física, ele já sabe integral, derivada. O nosso [garoto] tem pensamento crítico. Está decidindo se vai ser homem ou mulher, que é a grande questão da vida dele, e militância política”, afirmou.

Ainda sobre propostas, Bolsonaro disse que não manterá o Ministério de Segurança Pública, criado pelo governo de Michel Temer, se for eleito. Outra pasta que seria cortada seria a dos Direitos Humanos, e ambas seriam transforma­das em secretaria­s.

O presidenci­ável reconheceu que tem evitado fazer pia- das para fugir de críticas. Embora tenha feito toda sua carreira política em torno de declaraçõe­s polêmicas, ele tem suavizado seu discurso para desfazer a imagem de racista, misógino e homofóbico.

“A gente quer chegar [ao Palácio do Planalto], mas não pode perder autenticid­ade. Esse Brasil tá muito chato. Contar piada de cearense cabeçudo dá o maior problema do mundo, de gaúcho macho, de goiano... Não pode brincar mais no Brasil, cara”.

Questionad­o sobre o que pensa do ditado popular, que diz que “entre briga de marido e mulher não se mete a colher”, esquivou-se.

“Vocês já estão querendo achar que eu sou conselheir­o matrimonia­l aqui. Eu não sou conselheir­o matrimonia­l”, afirmou.

Por outro lado, o candidato criticou os homens que não aceitam o fim dos relacionam­entos e agridem as mulheres ao defender a liberdade de escolha de cada uma das partes do casal.

 ?? Pedro Ladeira/Folhapress ?? Jair Bolsonaro conversa com jornalista­s ao deixar a Câmara dos Deputados
Pedro Ladeira/Folhapress Jair Bolsonaro conversa com jornalista­s ao deixar a Câmara dos Deputados

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil