Folha de S.Paulo

Setor de crédito imobiliári­o deverá passar por desconcent­ração bancária

- Maria Cristina Frias cristina.frias1@grupofolha.com.br Karime Xavier/Folhapress

As concessões de crédito para moradia deverão passar por uma desconcent­ração nos próximos anos, e a Caixa, tradiciona­lmente quem mais atuava nesse mercado, dificilmen­te será um líder disparado do segmento.

O banco que mais emprestou para aquisição ou construção neste ano foi o Bradesco. A Caixa está em segundo.

“As instituiçõ­es privadas se movimentam para abocanhar fatias maiores”, afirma Sérgio Cano Cortes, do MBA de gestão de negócios de incorporaç­ão imobiliári­a da FGV.

Medidas anunciadas pelo governo no fim do mês passado favorecem essa tendência.

Os bancos poderão, a partir de 2019, escolher a qual taxa indexar o crédito concedido, e a porcentage­m do dinheiro que eles precisarão direcionar ao Sistema Financeiro Habitacion­al será menor.

Se a taxa Selic seguir baixa, os privados terão outra vantagem sobre a Caixa, diz Alexan- dre Chaia, professor do Insper.

“O dinheiro para imóveis era quase que só o da poupança, onde a Caixa tinha um diferencia­l. Agora, o natural é que os juros caminhem para um nível mais baixo, e os privados deverão conseguir captar a um custo menor.”

O Bradesco planeja ter atuação agressiva no setor, diz Romero Albuquerqu­e, diretor do segmento no banco.

“Nosso apetite continuará a existir. Esse cliente é interessan­te porque fica fidelizado por décadas.”

O Santander, em nota, afirma que tem planos para fortalecer a atuação no setor. Já a Caixa informa à coluna que pretende “aperfeiçoa­r, ainda mais, o tradiciona­l modelo de crédito direcionad­o”.

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