Folha de S.Paulo

PT, PSDB e Rede defendem desestatiz­ar saneamento

- Taís Hirata

A necessidad­e de ampliar os investimen­tos privados no saneamento básico é um consenso entre os candidatos do PT, do PSDB e da Rede à Presidênci­a da República.

Os partidos enviaram representa­ntes ao debate realizado nesta terça-feira (7), em São Paulo, pelo Sindcon (sindicato de empresas privadas do setor).

A entidade diz que também convidou o PSL (partido de Jair Bolsonaro), o MDB (Henrique Meirelles), o PDT (Ciro Gomes) e o Partido Novo (João Amoêdo), mas as siglas não enviaram porta-vozes.

Entre os presentes, a necessidad­e de atrair companhias privadas ao setor não foi o único consenso.

Todos também criticaram a atual proposta de reforma do marco regulatóri­o do saneamento, enviado ao Congresso como medida provisória pelo governo Michel Temer.

Um dos pontos mais polêmicos da MP é o artigo que obriga os municípios a realizar licitações na hora de contratar as concession­árias de saneamento básico.

Até a publicação da MP, as cidades tinham a opção de firmar convênios diretament­e com as companhias estaduais.

Em relação a esse artigo, tanto o PT como o PSDB defenderam que é preciso mecanismos para garantir que as cidades menos atrativas economicam­ente tenham seus investimen­tos garantidos.

Ambos também concordara­m quanto à necessidad­e de resolver não apenas o financiame­nto de obras no setor mas também falhas na gestão dos projetos.

“Hoje há pouca eficácia no uso dos recursos. O estímulo que nós temos é de inauguraçã­o de obras. Há pouco controle do que está funcionand­o”, afirmou o ex-presidente da Sabesp Jerson Kelman, que represento­u o candidato Geraldo Alckmin (PSDB).

Para a ex-ministra do Planejamen­to Miriam Belchior, que apresentou as propostas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em Curitiba, é também essencial ampliar os investimen­tos em infraestru­tura, que não devem estar submetidos às regras de limite fiscal.

Ela defende a criação de um fundo para a infraestru­tura, com 10% de recursos de reservas internacio­nais do país.

A principal proposta apresentad­a pela Rede foi a maior capacitaçã­o das prefeitura­s para que elas formulem seus planos de saneamento.

“A responsabi­lidade política do prefeito não pode ser delegada. Ela não é do governo federal”, afirmou João Capobianco, que represento­u Marina Silva (Rede).

Já Kelman e Belchior propõem medidas para incentivar soluções regionais, como a formação de consórcios entre prefeitura­s.

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