Folha de S.Paulo

Covas põe ex-chefe do Metrô para rever Previdênci­a de SP

Sérgio Avelleda assume lugar de Paulo Uebel e se torna secretário de Gestão

- Guilherme Seto Keiny Andrade - 22.jan.18/Folhapress

NOVA FRENTE FRIA PELO OESTE DE SP Chove a partir da tarde no centro-oeste e no noroeste, devido à chegada de nova frente fria; leste frio e nublado

O prefeito Bruno Covas (PSDB) promoveu mais uma troca no secretaria­do da Prefeitura de São Paulo. Paulo Uebel deixou a Secretaria de Gestão e quem assumiu o posto foi Sérgio Avelleda, expresiden­te da CPTM (2007 a 2010) e do Metrô (2011 a 2012) e secretário de Transporte­s da gestão João Doria (PSDB).

Desde que Bruno Covas assumiu a prefeitura, seis secretário­s deixaram a gestão: Cláudio Carvalho (Prefeitura­s Regionais), Wilson Pollara (Saúde), Júlio Serson (Relações Internacio­nais), Jorge Damião (Esportes), Anderson Pomini (Justiça) e, agora, Paulo Uebel (Gestão).

Próximo do ex-prefeito Doria, Uebel voltará à iniciativa privada a pedido. Avelleda deixará a chefia de gabinete de Covas para assumir a pasta de Gestão, cuja principal incumbênci­a tem sido implementa­r a reforma da Previdênci­a municipal.

Em fevereiro deste ano, Avelleda e 12 empresas foram condenados por improbidad­e administra­tiva pela Justiça por causa de irregulari­dades na licitação da linha 5.

Avelleda e o consórcio de empresas terão que pagar multa de R$ 326 milhões, corrigidos desde 2011.

Na sentença, o ex-presidente do Metrô também foi condenado à perda de função pública e direitos políticos por cinco anos.

A defesa de Avelleda disse que ele é inocente e vai recorrer contra a decisão de primeira instância da Justiça.

Na secretaria de Gestão, Avelleda terá o desafio de tocar o projeto que se tornou prioridade do mandato de Covas. O prefeito planeja conseguir a aprovação da reforma previdenci­ária na Câmara Municipal ainda no segundo semestre de 2018. Segundo cálculos da prefeitura, cada mês sem a reforma tem um impacto de R$ 80 milhões nos cofres municipais —dinheiro suficiente para construir 16 creches.

Em uma derrota política de Doria antes de ele sair da prefeitura para disputar o governo de SP, os vereadores decidiram não submeter o projeto a votação no final de março.

Após forte pressão dos servidores, que ficaram em greve por mais de 20 dias e fizeram manifestaç­ões com milhares de pessoas na sede do Legislativ­o, o presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), em acordo com os vereadores da base de apoio da gestão tucana, anunciou que o texto sairia da pauta durante 120 dias.

No entanto, desde a retirada do projeto da pauta, em 27 de março, nada aconteceu. Não houve nem ao menos a formação de grupo de estudos na Câmara, que, segundo a previsão inicial, já deveria ter avançado em seus trabalhos.

O projeto prevê: 1) aumento da alíquota de contribuiç­ão dos servidores de 11% para 14% e a da prefeitura de 22% para 28%; 2) criação de nova previdênci­a pública para servidores que entrarem a partir da aprovação da lei, separada do sistema atual e baseada em capitaliza­ção (cada funcionári­o tem sua própria conta); 3) reestrutur­ação do Instituto de Previdênci­a Municipal.

A gestão tucana tem afirmado que a aprovação da reforma é fundamenta­l para a saúde financeira do município.

Segundo cálculos da prefeitura, o déficit da previdênci­a chegará a R$ 20,8 bilhões em 2025 caso a reforma não seja feita. Em menos de sete anos, afirma, o Orçamento total da administra­ção será tomado por gastos obrigatóri­os.

Em março, Covas afirmou que, caso a reforma não fosse feita, a cidade teria inclusive que aumentar impostos.

 ??  ?? O novo secretário municipal de Gestão, Sérgio Avelleda
O novo secretário municipal de Gestão, Sérgio Avelleda

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil