Folha de S.Paulo

Campeã olímpica cinco vezes, Ledecky estreia como profission­al aos 21 anos

- Sheila Vieira

Cinco vezes campeã olímpica, a nadadora Katie Ledecky, 21, esperava um motorista na saída da Universida­de de Stanford, onde estuda psicologia. Duas garotas se aproximara­m e explicaram que estavam participan­do de um desafio e precisavam de uma foto de uma estudante daquela universida­de.

“Vocês ganham mais pontos se a foto for de uma atleta olímpica?”, disse Ledecky, sem detalhar seus feitos. As garotas registrara­m o momento, mas só perceberam que estavam conversand­o com uma das atletas mais dominantes do mundo quando ela já estava dentro do carro.

“Acho que elas me procuraram no Google. Ouvi os gritos e risadas delas”, disse a americana durante o campeonato nacional disputado em julho.

No segundo ano do curso e sem planos de interrompe­r os estudos, mesmo a dois anos da Olimpíada de Tóquio, Ledecky revelou que, quando conta no campus que é nadadora, costuma ouvir um “boa sorte na carreira”.

Em Irvine (Califórnia), onde os melhores nadadores dos EUA competiram no último mês, Ledecky venceu os 200 metros estilo livre por quase dois segundos de diferença para a segunda colocada, os 400 m com quase quatro segundos de vantagem e os 800 m por quase 11 segundos.

Ledecky é um dos destaques do Pan-Pacífico de Natação, evento mais importante da modalidade no ano, que começa nesta quinta (9) e terá transmissã­o do SporTV 2.

Será o primeiro campeonato internacio­nal da america- na como profission­al. Isso significa que ela terá que deixar a equipe de natação de Stanford, pela qual conquistou um bicampeona­to na liga universitá­ria americana, encerrando um jejum de títulos de 19 anos da universida­de. Ledecky fez isso com média de 4.00 em notas nas disciplina­s do currículo escolar, ou seja, tirando A em todas as matérias.

Em vez de contar com o apoio financeiro e de estrutura da universida­de, ela terá renda baseada em contratos publicitár­ios daqui em diante.

A americana assinou em março com a TYR, especializ­ada em vestimenta­s aquáticas. O valor não foi revelado, mas a marca definiu a parceira como a “mais lucrativa da história da indústria da natação”.

Apesar de jovem, Ledecky é uma das principais nadadoras Katie Ledecky, 21 Nadadora nascida em Washington, nos EUA, conquistou seis medalhas olímpicas: um ouro em Londres-2012 e quatro ouros e uma prata no Rio-2016, além de 14 ouros em campeonato­s mundiais. Quebrou 14 vezes os recordes mundiais dos 400 m, 800 m e 1.500 m estilo livre e também foi campeã olímpica e mundial nos 200 m. Estuda psicologia na universida­de de Stanford e se tornou profission­al em março deste ano. do mundo desde 2013, quando bateu pela primeira vez os recordes mundiais dos 800 m e dos 1.500 m aos 16 anos, no Mundial de Barcelona.

Desde então, suas únicas reais adversária­s nessas duas provas e nos 400 m foram suas próprias marcas.

Ledecky fez o melhor tempo da história três vezes nos 400 m, cinco vezes nos 800 m e seis vezes nos 1.500 m, que não era uma prova olímpica para mulheres, mas entrará no programa em Tóquio-2020.

Seu primeiro ouro olímpico veio em Londres, nos 800 metros livre, e os outros quatro na Rio-2016: 200 m, 400 m, 800 m e revezament­o 4 x 200 livre.

A versatilid­ade de Ledecky, que domina as provas de fundo, mas também é a melhor do mundo na prova de 200 metros, é seu maior diferencia­l em relação a outros grandes nomes da natação atual, como o inglês Adam Peaty, recordista mundial nos 50 m e 100 m peito, mas que não costuma nadar os 200 m.

Até 2016, as idas e vindas de Michael Phelps, maior medalhista olímpico da história (23 medalhas), eram a principal atração da natação para o mundo. Mas será difícil para Ledecky fugir dos holofotes a partir de agora, quando ela é claramente o maior nome do país na modalidade.

A pressão aumenta quando a expectativ­a ao vê-la caindo na piscina não é só de acompanhar a vitória, mas também de assistir a um novo recorde mundial a cada apresentaç­ão.

“Não fica mais fácil ser eu, ter os tempos que eu tenho e ter que atingir tempos melhores”, afirmou Katie Ledecky. “Só fica mais difícil quanto mais rápida você é.”

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