Com queda de preço da energia solar, estados buscam atrair investimentos
A energia solar ainda representa uma parcela mínima da geração elétrica do Brasil, mas, com a queda nos preços, ganha a atenção de governos estaduais em busca de investidores.
Hoje, a fonte responde por apenas 0,8% da potência instalada de todo o país.
Desse total, 80,8% se concentram em três estados: Bahia, Piauí e Minas, segundo a Absolar (associação da indústria solar fotovoltaica).
Nos próximos anos, com a entrega de usinas que estão em construção, essa concentração deverá cair para 68%.
Ainda assim, muitas regiões com forte irradiação e alto potencial de geração seguem pouco exploradas e seus gestores têm buscado se estruturar para atrair grandes projetos de companhias da área.
O Tocantins, por exemplo, acaba de lançar um mapeamento indicando as áreas com maior potencial de geração no estado.
Há dois anos, quando começaram a se intensificar as visitas de empresários do setor ao estado, para analisar potenciais empreendimentos na região, o governo não tinha dados, afirma Rubens Brito, subsecretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
O objetivo do estudo é facilitar a atração desses investidores. A meta é que, até 2030, 25% da energia consumida no estado seja de fonte solar.
“O Tocantins é um estado novo, no passado as prioridades eram outras. Temos uma usina em construção e queremos ampliar esse número”, diz o secretário Leonardo Cintra.
Um dos principais gargalos é a disponibilidade de linhas de transmissão para levar a energia aos centros consumidores, afirma Antonio Celso de Abreu Jr., subsecretário de energias renováveis do estado de São Paulo —que representa 9,4% da potência atual.
“O fato de estados terem forte insolação não significa que há escoamento”, diz.
Na Paraíba, cujas primeiras usinas de grande porte ainda estão em construção, o problema deverá ser resolvido em 2021, quando linhas de transmissão contratadas em 2017 deverão ficar prontas, segundo Robson Barbosa, secretário-executivo de energia do estado.