Folha de S.Paulo

Em 1 mês, mortes por gripe beiram 2017 inteiro

- Luciano Cavenagui Agora Jardiel Carvalho - 18.jul.18/Folhapress

O número de mortos por gripe no estado de São Paulo em um único mês do inverno foi quase igual ao do primeiro semestre inteiro.

Entre 23 de junho e 24 de julho foram registrada­s 187 mortes por gripe em São Paulo. No primeiro semestre, foram 206 casos —na soma de 2018 inteiro, já são 393 vítimas.

As mortes em razão da doença praticamen­te dobraram em 2018 em relação ao ano passado inteiro em São Paulo, quando ocorreram 200 casos. Os dados são do CVE (Centro de Vigilância Epidemioló­gica), órgão ligado à Secretaria da Saúde do governo paulista.

Apesar da alta, eles ainda estão distantes do patamar de 2016, quando houve um pico de gripe —naquele ano, entre janeiro e agosto, São Paulo teve 4.842 casos e 775 mortes.

O vírus, segundo especialis­tas, tem intensidad­e diferente a cada ano, com mutações diversas. Se em 2017 a temporada de gripe foi mais tímida, neste ano ela retomou com mais força, embora inferior à registrada dois anos atrás.

Neste ano, as mulheres representa­m 47% das vítimas no estado de São Paulo, sendo que três gestantes morreram.

Os idosos (a partir de 60 anos) fazem parte de um grupo bastante atingido, figurando em 41% dos casos. Outro dado ligado ao perfil das vítimas é que 65% apresentar­am algum fator de risco, como outras doenças. Dos mortos, 11% tomaram a vacina.

“Em 2018, temos temperatur­as baixas em períodos mais tardios, correspond­endo com aumento de casos em julho”, afirma Regiane de Paula, diretora do CVE. “Entretanto, sobre o acréscimo em relação a 2017, tem a ver mais com a sazonalida­de do vírus nos últimos anos”, completa.

A análise da diretora do CVE é compartilh­ada por Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizaçõe­s. “A cada ano o vírus se comporta de um jeito, tendo muitas variações e causando mais ou menos mortes por diversos fatores.”

Na capital paulista, a campanha de vacinação contra a gripe, encerrada em 23 de junho, havia atingido menos de 80% do público-alvo até o começo do mês passado —a meta era vacinar 90%.

“Em 2018, temos temperatur­as baixas em períodos mais tardios, correspond­endo com aumento de casos em julho. [...] Sobre o acréscimo em relação a 2017, tem a ver mais com a sazonalida­de do vírus nos últimos anos Regiane de Paula diretora do Centro de Vigilância Epidemioló­gica de São Paulo

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Garota toma vacina contra a gripe

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