Faculdade do Japão fraudou notas para privilegiar homens
Uma faculdade de medicina do Japão reduziu deliberadamente as notas de exames de admissão de mulheres durante ao menos uma década, disse uma comissão de investigação nesta terçafeira (7), classificando a prática como um caso muito sério de discriminação. Autoridades da universidade, contudo, negaram ter conhecimento das manipulações.
As alterações foram descobertas em uma investigação interna após uma acusação de corrupção relativa ao exame de admissão da Universidade de Medicina de Tóquio, o que provocou protestos e revolta.
Advogados que investigam acusações de corrupção no exame de admissão do filho de um funcionário graduado do Ministério da Educação disseram ter concluído que sua nota, e as de vários outros homens, foram reforçadas “injustamente”.
Eles também concluíram que as notas foram manipuladas para dar mais pontos a homens do que a mulheres, diminuindo o número de mulheres aceitas, já que autoridades da escola acreditam que elas estão mais inclinadas a deixar a profissão depois de ter filhos ou por outras razões.
“Esse incidente é realmente lamentável —por meio de procedimentos de recrutamento enganosos eles tentaram iludir os inscritos, suas famílias, autoridades da escola e a sociedade como um todo”, disse o advogado Kenji Nakai a jornalistas.
“Fatores que indicam uma discriminação muito séria contra as mulheres também foram parte disso”, acrescentou Nakai, um dos advogados que a universidade contratou.
O inquérito mostrou que as notas dos homens, incluindo alguns que já haviam sido reprovados uma ou duas vezes, foram aumentadas, enquanto as de todas as mulheres, e de homens que haviam sido reprovados ao menos três vezes, não foram.
Na coletiva de imprensa, autoridades da escola se curvaram e se desculparam, prometendo estudar sinceramente sua reação, como possíveis indenizações.