Como não brigar por política com família e amigos?
são paulo Com a aproximação do início da campanha eleitoral, surge uma questão séria —além da escolha dos nossos próximos representantes nos poderes Executivo e Legislativo. Em algum momento, um conhecido ou familiar vai citar uma posição polêmica de algum candidato.
Em primeiro lugar, vale analisar a razão custo-benefício da discussão prestes a acontecer. Vai acrescentar algo relevante à vida de alguém? Vai levar a alguma alteração de comportamento ou pensamento? O que isso vai custar?
Para conversas com pessoas mais radicais ou intransigentes, a solução é simples. “A chance de a discussão dar resultado [mudar a ideia do outro] é mínima”, diz Ana Maria Rossi, presidente da Isma-Br (International Stress Management Association).
Por isso, nesses casos, a melhor ação para evitar a dor de cabeça e problemas —que em alguns casos podem gerar ressentimento ou até mesmo violência— é a inação. Em outras palavras, deixa para lá! Se houver persistência do outro lado, até mesmo deixar o recinto pode ser melhor do que começar uma discussão que possivelmente sairá sem vencedores.
Seguindo nesse mesmo raciocínio, é necessário também cuidado para não morder as iscas jogadas pelos outros. “São necessárias duas pessoas para haver conflito”, diz Rossi.
Em casos menos radicais, o conhecimento de características dos amigos e familiares pode ser relevante para evitar discussões. “Se você sabe que a pessoa tem baixa tolerância a críticas e opiniões diferentes, o melhor é evitar tocar no assunto”, diz a especialista.
Por outro lado, sabe-se da importância e da necessidade, em um dado instante, de discutir política, candidatos e programas de governo. O principal nessa hora é o respeito à opinião alheia, que nem sempre será igual a nossa, afirma Mariângela Savoia, pesquisadora do programa de ansiedade do Hospital das Clínicas (HC) da USP.
Espera-se que diálogos construtivos sejam baseados em ouvir o argumento alheio e apresentar o seu próprio de forma assertiva.
Savoia alerta ainda para possíveis armadilhas inconscientes. “Às vezes uma discussão sobre política está encobrindo divergências ou outras questões de família.” As principais dicas são:
1. Saiba com quem você está discutindo.
2. Se há intransigência do outro lado, não vale a pena insistir.
3. Saiba ouvir.
4. Apresente argumentos de modo claro e objetivo.
5. Respeite opiniões diferentes da sua.
6. Não misture política com rixas pessoais.
7. Tenha em mente que sua opinião pode não estar correta.