Ataque aéreo saudita atinge ônibus com crianças no Iêmen
Ataques aéreos da coalizão liderada pela Arábia Saudita mataram nesta quinta-feira (9) mais de 20 de crianças que viajavam em um ônibus no Iêmen, relataram fontes médicas e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que o ataque seja investigado.
A aliança, que combate o grupo houthi alinhado ao Irã no Iêmen, disse que os ataques aéreos visaram lançadores de mísseis usados para alvejar Jizan, cidade industrial do sul da Arábia Saudita.
O grupo acusou ainda os houthis de usarem crianças como escudos humanos.
“O ataque de hoje em Saada foi uma operação militar legítima e foi realizado de acordo com a lei humanitária internacional”, afirmou.
O porta-voz houthi Mohammed Abdul-Salam disse que a coalizão demonstrou “claro desprezo pelas vidas civis” ao atacar um local público lotado.
Segundo o CICV, o ônibus atingido levava crianças a um mercado de Dahyan, no norte da província de Saada.
O hospital mantido pela organização recebeu corpos de 29 menores de 15 anos. Também foram atendidos 48 feridos, dentre os quais 30 crianças. Segundo Abdul-Ghani Nayeb, chefe do departamento de saúde de Saada, o saldo foi de 43 mortos e 61 feridos.
“Nossas lojas estavam abertas e todos os clientes estavam na rua. Todos os que morreram eram residentes, crianças e donos de lojas”, afirmou Moussa Abdullah, ferido no ataque.
A representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no país, Meritxell Relano, disse estar preocupada com os relatos. “Crianças não devem ser tomadas como alvo”, disse.
Riad e aliados muçulmanos sunitas lutam há mais de três anos no Iêmen contra os houthis, que controlam grande parte do país, incluindo a capital Sanaa, e forçaram o governo a se exilar em 2014.