Folha de S.Paulo

Lucro do Banco do Brasil sobe 22% no 2º trimestre

- Anaïs Fernandes

O Banco do Brasil anunciou nesta quinta-feira (9) lucro líquido ajustado (sem efeitos extraordin­ários) de R$ 3,2 bilhões no segundo trimestre, alta de 7,1% em relação aos três meses anteriores e de 22,3% ante 2017.

No primeiro semestre, o BB lucrou R$ 6,3 bilhões, montante 21,4% superior ao do mesmo período do ano anterior.

“O Banco do Brasil vai se aproximar de seus pares em relação à rentabilid­ade. É uma instituiçã­o, por natureza, mais conservado­ra, mas, se necessário, seremos mais ousados”, disse o presidente do banco, Paulo Caffarelli.

Os números animaram investidor­es. As ações do BB fecharam em alta de 2,97%, enquanto a Bolsa recuou 0,48%.

Oresultado­financeiro­foiinfluen­ciado por um aumento nas receitas com tarifas (+5,5% no semestre) e menores despesas com provisões para crédito duvidoso (-32% entre segundos trimestres), conforme a qualidade do crédito melhora.

A inadimplên­cia acima de 90 dias recuou pelo quarto trimestre seguido, para 3,34%.

Caffarelli disse que o BB está seguro de que terá um segundo semestre melhor do que o primeiro, apesar da instabilid­ade que o cenário eleitoral pode provocar na economia.

“De maneira nenhuma abala a gente. A empresa sabe como agir em momentos como esse”, afirmou. “Apesar de toda a volatilida­de, temos condições para avançar e teremos um segundo semestre mais forte.”

O executivo disse que, no segundo trimestre, a carteira de crédito do banco cresceu pela primeira vez desde o pós-crise em todos os segmentos, se comparada ao trimestre imediatame­nte anterior.

A carteira do BB atingiu R$ 685,5 bilhões em junho, alta de 1,5% ante março, mas queda de 1,5% em relação a 2017.

O avanço é contido pelo financiame­nto à pessoa jurídica, que somou R$ 263,4 bilhões e caiu 5% na comparação anual, puxado pelo crédito a micro e pequenas empresas (-29%). O BB trabalha para diversific­ar sua carteira de micro e pequenas empresas, focando operações de prazo menor, como recebíveis e capital de giro.

O empréstimo à pessoa física atingiu R$ 181 bilhões em junho, alta de 4,1% ante 2017. Os destaques foram os créditos imobiliári­o (+8,8%) e consignado (+7,4%).

Caffarelli sinalizou que no terceiro trimestre o banco pode começar a ver um cresciment­o da carteira geral de crédito também na base anual.

“O importante agora é que foi estancada a perda. Acredito que a retomada no consumo puxará a demanda por crédito.”

Para Caffarelli, a economia demonstra reação após o baque da paralisaçã­o de caminhonei­ros, a inflação deve ficar abaixo do centro da meta do governo, de 4,5%, e parte dos investimen­tos não será represada à espera das eleições.

Questionad­o sobre uma eventual privatizaç­ão do BB, levantada por alguns presidenci­áveis, Caffarelli disse que o banco está acostumado a lidar com o tema. “Não perco um segundo do meu sono por isso. Independen­temente de ser um banco público ou, no futuro, privado, o BB está em rota forte de consolidaç­ão.”

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