Cármen Lúcia, sem citar o aumento, afirma que ‘perdeu’
Na manhã desta
quinta-feira (9), em uma palestra em uma universidade em Brasília, a presidente do STF, Cármen Lúcia, disse que perdeu —sem citar expressamente a votação desta quarta sobre o reajuste.
“Quando conto isso, fica parecendo que sou uma pessoa que perde muito. Aliás, perco quase todo dia. Ontem perdi, provavelmente hoje perco de novo em alguma votação”, disse a ministra.
“Mas eu não queria estar ao lado dos vencedores. Os que venceram, e como venceram, não era o que eu queria mesmo e continuo não convencida de que era o melhor para o Brasil”, acrescentou.
O reajuste salarial foi aprovado no STF na quarta (8) por 7 votos a 4. Foram vencidos Cármen Lúcia, Celso de Mello, Rosa Weber e Edson Fachin.
Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux e Alexandre de Moraes votaram a favor da inclusão do aumento na proposta orçamentária do próximo ano.
A jornalistas Lewandowski disse que o Judiciário recupera recursos públicos desviados.
“Vocês repararam que os juízes de Curitiba devolveram R$ 1 bilhão de dinheiro desviado da Petrobras?”, afirmou o ministro, acrescentando que a previsão de impacto do reajuste salarial no orçamento do Judiciário federal (nas três instâncias) é de cerca de R$ 780 milhões por ano.
“Portanto, só essa devolução representou uma devolução aos cofres públicos numa quantia muito maior.”
A respeito do impacto potencialmente bilionário do aumento do teto nas contas públicas como um todo, e não só no Judiciário, Lewandowski respondeu que não conhece esses cálculos.
Segundo o ministro, que levou à sessão administrativa do STF a proposta de reajuste, os juízes devolvem muitos recursos aos cofres públicos por meio de ações contra a corrupção e execuções fiscais.
Alexandre de Moraes afirmou que em 2015 e 2016 todas carreiras da União tiveram reajuste, exceto a magistratura.
“Ano passado também nós não enviamos [projeto de reajuste ao Legislativo]. Agora o Congresso analisa, vai cruzar os dados. Nós não podíamos subtrair do Congresso essa apreciação”, disse.
“Ontem perdi. Mas não queria estar ao lado dos vencedores. Continuo não convencida de que era o melhor para o Brasil Cármen Lúcia presidente do STF