Folha de S.Paulo

Aluno questiona Lewandowsk­i sobre regalias de juízes

- PAINEL Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

O debate sobre privilégio­s do Judiciário foi parar na sala de aula de Ricardo Lewandowsk­i, do STF. Ele foi cobrado pelas regalias pagas a juízes por um aluno que relatava as péssimas condições em que vive na Casa do Estudante, o alojamento da Faculdade de Direito da USP. O rapaz sugeriu que o ministro fizesse uma doação no valor do auxílio-moradia à reforma do prédio e disse que ele precisa entender que não só filhos de magistrado­s estudam ali, mas também os “do porteiro e da empregada”.

uns com tanto Segundo relatos, o aluno pediu a palavra a Lewandowsk­i para anunciar a criação de um fundo para melhorias no edifício precário que abriga estudantes que não têm onde morar. Durante a fala, ele questionou o dinheiro gasto com regalias do Judiciário e voltou as baterias contra o auxílio-moradia.

outros com pouco O jovem disse que um mês de auxíliomor­adia (R$ 4.377) seria o suficiente para custear as bolsas de dez alunos pobres da faculdade e exortou o ministro a convencer os colegas de corte que estudaram na São Francisco a doarem o valor do benefício ao fundo pró-alojamento.

todo ouvidos Lewandowsk­i não interrompe­u o estudante. Só ao final explicou que ministros do Supremo não recebem auxílio-moradia. Ele fez questão de detalhar a remuneraçã­o que recebe —o salário, que defendeu estar defasado, e eventualme­nte compensaçõ­es por viagens.

regra do jogo O ministro dá aulas na USP há mais de 40 anos. Esta não é a primeira vez que é interpelad­o em sala. Ele costuma dizer que o debate é típico do ambiente acadêmico e deve ser estimulado.

elas por elas Dirigentes de associaçõe­s que representa­m juízes vão ao ministro Luiz Fux, que relata ação que pode extinguir o auxílio-moradia, avisar que apoiam a substituiç­ão do benefício pelo reajuste dos salários mais a criação de um adicional por tempo de magistratu­ra.

cabe mais um Candidato à reeleição, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), abrirá seu palanque no estado para Ciro Gomes (PDT). Embora seu partido esteja coligado com o PT, ele quer fazer um gesto a Ciro, de quem é amigo, e ao PDT, que também compõe sua aliança.

ponto de bala O partido Novo já prepara um pedido de impugnação da candidatur­a de Lula. A sigla vai apresentál­o assim que o TSE publicar o registro do PT. A peça dirá que a presença do petista na disputa é inconstitu­cional.

ponto de bala 2 O Novo sustenta sua tese no artigo 77 da Constituiç­ão e diz que este trecho deveria vedar a participaç­ão de Lula no pleito, mesmo sub judice. Não cabe comparação com outros casos, diz a sigla, porque o cargo de presidente tem tratamento diferencia­do no texto constituci­onal.

tiro no pé? O pedido do Novo pode levar o debate sobre o caso de Lula para o STF.

feito Jair Bolsonaro (PSL) decidiu apresentar um plano de governo enxuto à Justiça Eleitoral. O documento vai elencar as diretrizes do programa elaborado pelo economista Paulo Guedes, guru do presidenci­ável.

extraofici­al O texto vai defender pacto federativo, reforma da Previdênci­a, reforma tributária e privatizaç­ões. Metas detalhadas, traçadas com base em projeções de Guedes, não foram colocadas no papel.

liquida geral Intramuros, a equipe de Bolsonaro prevê, por exemplo, que com privatizaç­ões e vendas de ativos, como imóveis, seria possível reduzir a dívida interna em R$ 1,5 trilhões em quatro anos.

prepara Parlamenta­res serão alvo de forte ofensiva virtual pela aprovação da abertura das companhias aéreas ao capital estrangeir­o, hoje limitada em 20%.

grama do vizinho O ministro Vinicius Lummertz (Turismo) critica a concentraç­ão do mercado em quatro empresas e lembra que Argentina e Colômbia, por exemplo, têm o dobro de companhias aéreas.

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