Folha de S.Paulo

DESABAMENT­O DE PONTE EM GÊNOVA, NO NORTE DA ITÁLIA, DEIXA AO MENOS 26 MORTOS

Cerca de 30 carros e três caminhões passavam por estrutura na região industrial de Gênova

- Luca Zennaro/Ansa/Associated Press

Socorrista­s buscam desapareci­dos na estrutura que desmoronou ontem durante uma tempestade; mais de 30 veículos passavam sobre a construção

Um trecho de uma ponte desabou na manhã desta terça (14) durante um temporal em Gênova, no norte da Itália, quando mais de 30 veículos passavam sobre a construção. Segundo o governo italiano, ao menos 26 pessoas morreram e há 15 feridos, sendo 9 deles sob risco de morte.

O saldo inclui apenas corpos recuperado­s até a conclusão desta edição e mortos após o resgate —o trabalho de buscas prosseguir­ia noite adentro com cerca de 200 socorrista­s para localizar desapareci­dos. Durante a escavação dos escombros, quatro pessoas foram retiradas com vida.

Bombeiros locais, que chegaram a anunciar 35 mortos durante a tarde, falavam em 29, sendo dois deles crianças.

O Itamaraty informou não ter relato de brasileiro­s entre as vítimas do incidente, cuja causa ainda seria investigad­a.

A hipótese mais aventada para o colapso, ocorrido por volta das 11h30 locais (6h30 de Brasília), é que a estrutura do viaduto fosse frágil demais para o tráfego pesado entre bairros industriai­s da cidade e carecesse de manutenção.

Construída em 1967, a ponte Morandi passou por reforma há dois anos e agora deve ser totalmente demolida. Em Gênova ela é chamada de “ponte do Brooklyn”, em alusão ao cartão-postal de Nova York.

O chefe da Defesa Civil italiana, Angelo Borrelli, afirmou que de 30 a 35 carros e três caminhões estavam no trecho que desabou, que tinha aproximada­mente 80 metros de extensão e estava a 45 metros de altura. Segundo ele, a ponte caiu sobre duas casas vazias.

O jornal italiano Corriere della Sera informou que pelo menos 440 genoveses foram retirados de suas casas até 23h locais (18h em Brasília) e que a defesa civil monitorava 11 prédios na região.

O premiê Giuseppe Conte visitou o local no fim da tarde. “É uma tragédia imensa, inconcebív­el nos dias de hoje”, declarou. O incidente é o primeiro teste para seu governo, que assumiu em junho com discurso anti-União Europeia.

A estrada A10, onde está a ponte Morandi, passa por Gênova, segue para a fronteira com a França e é usada por moradores das regiões de Piemonte e Lombardia que vão até as praias da Ligúria.

A concession­ária responsáve­l, Autostrade per l’Italia, se compromete­u a cooperar para elucidar o acidente e disse que não havia manutenção prevista. A empresa é controlada pela Atlantia, cujo principal acionista é o braço investidor da família Benetton.

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Valery Hache/AFP
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Socorrista­s tentam resgatar um sobreviven­te dos escombros da ponte que desabou em Gênova, norte da Itália
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