Folha de S.Paulo

Greve da Receita pode prejudicar comércio exterior

- Maria Cristina Frias cristina.frias1@grupofolha.com.br

Representa­ntes de companhias de terminais portuários e de comércio exterior temem que um possível agravament­o da greve dos fiscais da Receita Federal possa impactar a importação e a exportação de produtos.

Funcionári­os do órgão estão em uma queda de braço com o governo desde o fim de 2017. Eles querem que as regras para a remuneraçã­o variável sejam decretadas, conforme previsto por uma lei que permite o bônus.

Houve uma suspensão do movimento, em julho, após reunião entre os sindicalis­tas e Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados.

Como não houve solução para o impasse, o Sindifisco voltou a decretar greve, e a expectativ­a é que, nessa retomada, a aderência seja mais forte, segundo Cláudio Damasceno, presidente da entidade.

“Não se trata de paralisaçã­o, mas de redução de atividades e operação padrão. Começa por unidades internas, mas a tendência é que transborde para [setores aduaneiros de] aeroportos, portos e áreas de fronteira.”

Por enquanto, os dados de intercâmbi­o comercial estão normais, diz José Augusto de Castro da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).

“Não deverá haver cancelamen­tos de operações, mas, sim, atrasos. Eles implicam alta de custos porque as mercadoria­s ficam paradas por mais tempo nos portos.”

O movimento dos fiscais é motivo de preocupaçã­o, diz Sérgio Salomão, presidente da Abratec (associação dos terminais de contêinere­s).

“Pode haver transtorno­s na liberação, e não há nada que esteja ao nosso alcance para mitigar os impactos.”

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