Não é tão simples privatizar a Petrobras, diz Gustavo Franco
Para assessor econômico de Amoêdo, BB e Eletrobras poderiam ser vendidas
Após afirmar que nenhuma empresa estatal brasileira é estratégica o suficiente, Gustavo Franco, economista à frente do programa econômico do candidato João Amoêdo, do Partido Novo, disse nesta quinta-feira (16) que privatizar a Petrobras “não é tão simples assim”.
“Depois de dividir a empresa, conforme estudos, é provável que vários pedaços sejam privatizados, outros não”, disse Franco, ao discorrer sobre o que será feito caso Amo- êdo seja eleito.
Fora do radar das privatizações, Franco citou apenas a Embrapa, que, segundo ele, talvez pudesse ser transformada em agência.
Por outro lado, a Eletrobras estaria pronta para ser privatizada, assim como o Banco do Brasil, aumentando a competição no sistema bancário.
“Isso em benefício de nós todos, regularmente maltratados pelo sistema financeiro”, afirmou Franco, em evento do jornal O Estado de S. Paulo e da Fundação Getulio Vargas, com economistas dos candidatos.
A Caixa, afirmou, poderia se desligar do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), ser listada em Bolsa e, mais fortalecida, tero controle vendido por um preço melhor.
“Privatizar é bom, mas não necessariamente para fazer caixa. No caso do saneamento, o recurso pode ir para financiamento do setor.”
Franco disse ainda ter “simpatia pelo Simples”, quando questionado se não achava que o regime tributário diferenciado para micro e pequenas empresas não iria contra a ideia central do Partido Novo—segundo a qual os empreendedores buscam menos intervenção do Estado.
Para ele, o tamanho da renúncia fiscal do programa teria um tanto de mitologia.
“Sem o Simples, essas empresas estariam no ‘complicado’ e, se tivessem que pagar o ‘complicado’, não existiram.”
Quanto ao teto do Simples, considerado excessivo por muitos especialistas ao englobar empresas com receita anual de até R$ 4,8 milhões, Franco disse que ele é necessário porque o que há depois disso é um precipício.
Franco disse que o Novo é contra a tributação de lucros e dividendos—algo defendidope la maioria dos candidatos—eque não está convencido de que a tabelado IR PF (Imposto de Renda Pessoa Física) precise de correção.