Folha de S.Paulo

Mais com menos

Ranking de Eficiência dos Estados - Folha mostra quem entrega mais educação, saúde, infraestru­tura e segurança com menos recursos

- Fernando Canzian

Ferramenta inédita lançada pela Folha eo Datafolha mostra quais estados entregam mais educação, saúde, infraestru­tura e segurança à população utilizando o menor volume de recursos financeiro­s.

O REE-F (Ranking de Eficiência dos Estados - Folha) considera 17 variáveis agrupadas em 6 componente­s para calcular a eficiência na gestão dos 26 estados e detalha ainda a situação das finanças de cada um deles.

Numa escala de 0 a 1, cinco estados ultrapassa­m 0,50 e, por isso, podem ser considerad­os “eficientes” —Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Pernambuco e Espírito Santo. Outros seis mostram “alguma eficiência” no uso de seus recursos e os demais 15 podem ser considerad­os “pouco eficientes” ou “ineficient­es”.

O objetivo do REE-F é quantifica­r o cumpriment­o, pelos governos estaduais, de funções básicas e previstas em lei segundo seus recursos financeiro­s.

Aparecem mais bem posicionad­os os estados que gastam menos, por exemplo, para ter mais jovens na escola, médicos e leitos em hospitais, redes de água e esgoto, melhores rodovias e menores índices de violência.

A partir do cruzamento com a atividade econômica dos estados, o REE-F mostra que aqueles que mantêm ou que ampliaram sua base industrial e de serviços na composição do PIB (Produto Interno Bruto), com impacto positivo na arrecadaçã­o de impostos, tendem a ser mais eficientes. Já os que têm a agricultur­a, a administra­ção pública e os repasses da União como principais fontes de receita se saem pior.

Além de mostrar correlação com o IDH (Índice de Desenvolvi­mento Humano) da ONU, o REE-F revela que altas taxas de mortalidad­e infantil e homicídios são os sinais mais fortes da ineficiênc­ia de um estado. E que aqueles que possuem receita per capita maior não são necessaria­mente os com melhor desempenho.

O trabalho traz ainda um amplo panorama das dificuldad­es dos estados, com a queda na receita e investimen­tos na crise econômica, e a explosão das despesas com o aumento do funcionali­smo ativo e inativo.

Com cada vez menos receitas disponívei­s para o básico, os estados têm à frente um desafio inédito: quase a metade dos servidores está em idade de se aposentar, colocando em xeque o atendiment­o à população.

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Santa Catarina Orla da capital Florianópo­lis; o estado ocupa a primeira colocação por gastar relativame­nte pouco para ter indicadore­s acima da média 0,635
 ?? Fotos Bruno Santos/Folhapress ?? Amapá 0,097 Área sem saneamento em Macapá; último colocado, o estado tem a quarta maior receita per capita, mas entrega pouco
Fotos Bruno Santos/Folhapress Amapá 0,097 Área sem saneamento em Macapá; último colocado, o estado tem a quarta maior receita per capita, mas entrega pouco
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