Folha de S.Paulo

Com transmissã­o ao vivo, aliados já boicotam Alckmin

- Leandro Colon

A campanha mal começou e a candidatur­a do tucano Geraldo Alckmin já é boicotada dentro de sua própria coligação, com transmissã­o ao vivo via rede social.

brasília A campanha nem começou direito e a candidatur­a de Geraldo Alckmin (PSDB) ao Palácio do Planalto está sendo boicotada dentro de sua própria coligação com transmissã­o ao vivo via rede social.

O gesto público veio do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, partido da senadora Ana Amélia (RS), candidata a vice do tucano.

Na última sexta (17), Nogueira participou de uma caminhada em Teresina com o petista Fernando Haddad, vice-presidente na chapa de Lula, e Wellington Dias (PT), que disputa a reeleição para governador.

Em vídeo divulgado por Haddad, Nogueira destaca a presença do exprefeito de São Paulo, faz o sinal do “L” e diz que está “lutando ao lado de Lula”. “Lula presidente”, afirma.

No dia 26 de julho, ele estava ao lado de Alckmin na mesa em que foi anunciado o apoio dos partidos do centrão, incluindo o PP, à candidatur­a do ex-governador paulista.

Candidato à reeleição ao Senado, Nogueira não surpreende. É daqueles parlamenta­res que forjam a carreira política na sombra, negociando cargos e espaços em um governo federal seja qual for o presidente.

O episódio de sexta-feira, além de constrange­dor para a chapa de Alckmin, sinaliza que o tucano terá dificuldad­es em transforma­r em votos o caro apoio que negociou com o aglomerado de partidos do centrão.

Levantamen­to da Folha, publicado no sábado (18), mostra que metade dos aliados de Alckmin estará ao lado de coligações regionais que apoiam presidenci­áveis adversário­s. De 216 diretórios estaduais, somente 96 apoiarão o ex-governador.

O MDB de Henrique Meirelles questionou no TSE possíveis falhas na burocracia de registro da chapa do PSDB. O partido de Michel Temer quer anular as alianças e diminuir o tempo de TV de Alckmin, o ativo mais relevante de sua campanha.

Falta de apoio nos estados, traição pública por parte de aliado importante e risco de punição na Justiça Eleitoral. Uma largada preocupant­e para quem busca desempacar e subir nas pesquisas rapidament­e.

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