Morre aos 93 anos Murillo Mendes, presidente da construtora Mendes Júnior
O empresário Murillo Mendes, presidente da construtora Mendes Júnior, morreu aos 93 anos na madrugada de domingo (19) em decorrência de um infarto.
O corpo foi enterrado em Belo Horizonte. A empresa não se pronunciou sobre a morte do dirigente.
A empreiteira, atualmente investigada pela Operação Lava Jato, foi fundada em 1953 pelo seu pai, José Mendes Júnior. A Mendes Júnior realizou obras de grande porte no Brasil, como as hidrelétricas de Furnas e Itaipu, além da ponte Rio-Niterói.
No exterior, atuou em empreendimentos no Iraque e na China, por exemplo.
Em 2014, a empresa foi alvo da 7ª fase da Operação Lava Jato. No dia 13, o juiz Sergio Moro determinou a prisão de três executivos da Mendes Júnior, após terem sido condenados em segunda instância por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Sergio Cunha Mendes, que é sobrinho de Murillo Mendes, foi sentenciado a 27 anos e dois meses de prisão. Rogério Cunha Pereira, ex-diretor de Óleo e Gás, a 18 anos e nove meses. Alberto Elísio Gomes, também ex-diretor da área, foi condenado a 11 anos e seis meses de reclusão.
De acordo com o entendimento da Justiça, a Mendes Júnior pagou R$ 31,5 milhões em propina para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras, chefiada por Paulo Roberto Costa, em troca de contratos com a estatal.
Em 2016, com dívida de R$ 258 milhões, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial.
Também naquele ano, a Controladoria-Geral da União declarou a construtora inidônea, o que a proibiu de assinar novos contratos com a administração pública.
Atualmente a empresa tem obras em andamento em São Paulo, como a construção da linha 5 (lilás) do metrô e o Rodoanel.
No anel viário paulista, a empresa é alvo de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público em razão de aditivos considerados irregulares nas obras, assim como a OAS. Os adendos contratuais teriam levado a prejuízo de mais de R$ 600 milhões.