Folha de S.Paulo

Santos reedita jogo da troca de posto na Libertador­es

- Alberto Nogueira e Bruno Rodrigues

INDEPENDIE­NTE SANTOS

21h45, Avellaneda Na TV: Fox Sports

Rivais nesta terça (21), Santos e Independie­nte, reeditam em Avellaneda, às 21h45, um confronto que marcou a história dos dois clubes.

Há 54 anos, um enfrentame­nto entre as equipes marcou o fim da era mais vitoriosa da história santista em competiçõe­s internacio­nais e o início da trajetória do time argentino como o maior vencedor da Libertador­es, com sete títulos conquistad­os.

Em 1964, o Independie­nte encerrou a sequência do bicampeona­to do Santos de Pelé na competição sul-americana e deu início à fase de conquistas do time argentino.

Campeão de 1963, o Santos entrou diretament­e na semidiz final do ano seguinte.

No jogo de ida, realizado dia 17 de julho, no Maracanã, o time paulista vencia por 2 a 0, mas os argentinos empataram ainda no primeiro tempo, gols de Rodríguez e Bernao, e viraram no último minuto, com Suárez.

A épica vitória no Brasil é narrada como ponto fundamenta­l na construção da mística que envolve o clube argentino, que venceu aquela edição da Libertador­es ao superar o Nacional (URU) na final.

Autor de um dos gols santistas no jogo de ida —o outro foi marcado por Pepe—, o ex-ponta-direita Peixinho tem um argumento para explicar a derrota para os argentinos: a ausência, por lesão, do maior jogador de todos os tempos.

“O Independie­nte tinha uma equipe muito boa. O Santos tinha um grande time, mas o Pelé era algo a mais, a cereja do bolo. Poderíamos ter vencido com ele em campo”, à Folha.

O jogo de volta, disputado na Argentina e vencido pelos donos da casa por 2 a 1, é cercado de histórias e uma polêmica, que veio à tona em 2015.

A emissora de TV América, da Argentina, revelou gravações telefônica­s em que o expresiden­te da AFA (Associação de Futebol Argentino), Julio Grondona, morto em 2014, conta como atuou nos bastidores para ajudar o Independie­nte. Nos áudios, Grondona, que era dirigente do clube na época, dá a entender que influencio­u na escala do árbitro inglês Arthur Holland e da dupla de auxiliares paraguaios.

“O árbitro e os bandeiras não marcavam impediment­o de ninguém deles. Como tinham um time veloz, eles se aproveitar­am bem”, conta Pepe, o Canhão da Vila.

Pepe, aliás, viveu situação curiosa entre essas partidas. Ele havia acabado de se casar e queria passar a lua de mel com a esposa. Contudo, sem Pelé e Coutinho, o técnico Lula exigiu que ele jogasse.

Pepe concordou, mas com a condição de que sua mulher o acompanhas­se na viagem. “Ele [Lula] aceitou e eu acho que foi a primeira vez que a esposa de um jogador viajou junto com a delegação”, conta.

Nesta terça, as equipes voltam a se enfrentar, pelo primeiro duelo das oitavas de final, na Argentina, onde o Santos nunca venceu o Rei de Copas —4 derrotas e 1 empate.

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