Candidato diz que filhos atiraram com balas a partir dos 5
Em visita a sua cidade natal, Glicério (SP), o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quinta (23) que todos os seus filhos atiraram com munição de verdade a partir dos cinco anos de idade.
A prática é proibida por lei e o responsável pode ser punido com três a seis anos de prisão. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) estabelece como crime “vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente, arma, munição ou explosivo”.
Bolsonaro disse que “nós não podemos criar uma geração de covardes”. “A arma é inerente à defesa da sua vida e à liberdade de um país. Meus filhos todos atiraram com cinco anos de idade, real, não é de ficção nem de espoleta não, tá ok?”, declarou, em resposta a um jornalista.
Em giro pelo interior de São Paulo, o candidato foi recebido em Araçatuba por uma multidão de simpatizante, participou de uma carreata e discursou para o público em um caminhão de som.
À imprensa Bolsonaro disse que encoraja o ensino do uso de armas pelos pais e se irritou ao ser questionado sobre o tema. “Esse ECA tem que ser rasgado e jogado na latrina”, declarou. “Tem que diminuir [a maioridade penal] para 14 anos e, se não for possível, para 16 ou 17 anos.”
Sobre o fato de a prática ser proibida Bolsonaro disse defender “que o pai ensine ao filho o que é uma arma de fogo e para que serve”. Um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSLSP), interveio dizendo que tinha cinco anos de idade em 1989, e que o ECA foi aprovado no ano seguinte.
O presidenciável disse ainda que “não podemos ter uma geração de covardes, de ovelhas morrendo nas mãos de bandidos sem reagir”.