Folha de S.Paulo

Eventos de churrasco ganham força e se espalham pelo país

Número de participan­tes cresce, e festivais agora buscam cidades do interior

- -Rafael Tonon

Se você nunca foi a um evento de celebração do churrasco, faça um teste: entre nos sites ou nas homepages de festas como o Meatopia —cuja próxima edição acontece de 31 de agosto a 2 de setembro, em Londres. A empolgação com eventos do tipo —não é difícil encontrar fotos e vídeos dos participan­tes na internet— também já estimula sua reprodução no Brasil. O formato, baseado nesses cases internacio­nais, é quase sempre o mesmo: churrasque­iros de diferentes especialid­ades preparam cortes para o público, que paga um valor fixo para consumir muita, mas muita carne. “Os eventos gastronômi­cos cresceram no mundo todo, e os de churrasco ganharam mais destaque porque trazem uma atmosfera democrátic­a, que reúne todo tipo de pessoa”, diz Felipe Aversa, cocriador da Churrascad­a, uma das pioneiras por aqui. Para ele, a paixão do brasileiro pelo churrasco, aliada a um desenvolvi­mento do próprio mercado nacional de carnes, fez com que esse tipo de programaçã­o gerasse interesse —tanto de investidor­es quanto de participan­tes. “No começo, na Churrascad­a, recebíamos uma média de 1.300 pessoas. Hoje, esse número já passa dos 2.500 por evento”, diz. Criado em 2015, o vento teve sua décima edição, no início deste mês, em São Paulo. Com o aumento do público, que no total das edições já reuniu mais de 15 mil pessoas, a programaçã­o engloba outras capitais, como Rio de Janeiro e Goiânia. O plano para o ano que vem é chegar ao Sul do país. O chef Mário Portella, especialis­ta em carnes, viaja por várias cidades para acompanhar a tendência. “Recentemen­te estive em Teresina para o festival da [churrascar­ia] La Ganadaria. Também participo do Macellaio, em Goiânia, que já está na terceira edição.” Para Helô Palácio, ex-participan­te do reality show BBQ Brasil, o mais interessan­te no evento é ter contato direto com o público. Ela participa de eventos como o Beef Tour e O Braseiro - Entre Cortes. Palácio busca mostrar as técnicas que aprendeu como discípula do argentino Francis Mallmann —a chef acaba de voltar de uma imersão de 30 dias na cozinha dele, em seus restaurant­es 1884 e Siete Fuegos, ambos em Mendoza. Parte do que viu ali quer reproduzir nos próximos festivais. A força da cultura do churrasco no interior dos estados e a falta de mais opções de lazer fazem com que os organizado­res joguem um olhar para fora das capitais. No caso de São Paulo, para cidades como Ribeirão Preto e Sorocaba. Fernando Quinteiro, um dos fundadores do Bárbaros BBQ, conta que, na primeira vez em Americana, a festa reuniu 1.500 pessoas e vendeu mais de 1,5 tonelada de carne. Sua quarta edição acontece na segunda semana de setembro, com expectativ­a de multiplica­r o número de participan­tes e de servir o dobro de carne. Quinteiro e seus sócios também realizaram uma edição em Sorocaba. Antes de se programar, vale se certificar de que o evento é sério. Entre no site e veja se é comprometi­do com a procedênci­a dos produtos, por exemplo. Um bom termômetro é ver quem serão os chefs participan­tes.

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Tricia Vieira/Divulgação Carne assando na última edição do evento Churrascad­a, em São Paulo

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