Folha de S.Paulo

Candidatos elogiam a plataforma Match Eleitoral, da Folha

Ferramenta lançada por Folha e Datafolha compara opiniões do eleitor com as de candidatos a deputado por SP

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Lançada na segunda (27) pela Folha e pelo Instituto Datafolha, a plataforma Match Eleitoral foi elogiada por candidatos, cientistas políticos e ativistas por sua contribuiç­ão para o eleitor decidir por um deputado federal e pela valorizaçã­o do voto para o Legislativ­o.

“O custo de se informar num sistema proporcion­al de lista aberta é muito elevado. Qualquer iniciativa que ajude nisso é muito bem-vinda”, disse o cientista político Sergio Fausto, superinten­dente-executivo da Fundação iFHC.

O Match Eleitoral parte de um questionár­io de múltipla escolha sobre assuntos do interesse da sociedade. São 20 perguntas objetivas, cada uma com um peso, numa escala de concordânc­ia ou discordânc­ia parcial ou total. As mesmas questões foram respondida­s por candidatos e compiladas pelo Datafolha.

As escolhas do eleitor são comparadas com a base, em total sigilo —as respostas dos internauta­s são armazenada­s, mas de forma anônima, sem identifica­ção com quem as respondeu.

“Neste momento de tanta dúvida, decepção e indignação da sociedade, pela corrupção, pela falta de respeito a até mesmo aquelas conquistas que haviam sido alcançadas, todas essas ferramenta­s são bem-vindas”, disse a presidenci­ável Marina Silva (Rede).

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, e João Doria (PSDB), candidato ao governador de São Paulo, também elogiaram a plataforma.

“É uma ótima iniciativa para saber como pensa o seu candidato”, disse Maia.

Para Doria, o aplicativo é “uma boa ferramenta, democrátic­a e interessan­te também porque vai medindo o grau de interesse da população [sobre os candidatos]”.

Jorge Abraão, coordenado­rgeral do movimento Rede Nossa São Paulo, defende que a ferramenta deveria contemplar também candidatos ao Senado. “A ferramenta chama atenção para um espaço que, via de regra, é relegado a segundo plano [no voto], que é o Congresso. Todas as mudanças no Brasil dependem do Congresso”, afirma.

Para o movimento Vem Pra Rua, o Match Eleitoral fomenta a reaproxima­ção do povo com a política. “Entretanto, o movimento também acredita ser importante esclarecer o eleitor sobre a performanc­e de políticos do Legislativ­o.”

Para os empresário­s e ativistas políticos Paula Lavigne e Alê Youssef, a ferramenta ajuda a romper barreiras partidária­s. “As pessoas não são só de direita ou de esquerda. As pessoas têm causas e problemas reais”, diz Lavigne, fundadora do movimento 342, que reúne artistas.

“Candidatur­as novas esbarram nas estruturas partidária­s, que têm donos. São raríssimas as que têm acesso ao fundo partidário e tempo de rádio e TV”, avalia Youssef, apoiador de projetos que estimulam a renovação política.

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