Folha de S.Paulo

Na cerimônia, público recorda jornalista como homem plural

Políticos, atores, jornalista­s, amigos e representa­ntes da sociedade civil lamentam lacuna deixada por Otavio

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Políticos, amigos, atores, jornalista­s e representa­ntes da sociedade civil presentes à cerimônia realizada nesta segunda (27) recordaram Otavio Frias Filho.

Fernando Henrique Cardoso Ex-presidente da República (PSDB)

“Ele fez uma modificaçã­o na imprensa. Gostava do contraditó­rio. Gostava de ver o todo pela parte. Criticava, pegava o deslize e mostrava. Tinha o espírito independen­te. Quando você está no governo, não gosta. Mas respeita. Quando sai do governo, você gosta.”

Eduardo Suplicy Vereador e candidato ao Senado (PT-SP)

“Pudemos testemunha­r a liderança que exerceu para fazer da Folha um exemplo de jornalismo plural e apartidári­o, que significas­se o fortalecim­ento da liberdade de imprensa [...] essencial para o aperfeiçoa­mento do processo democrátic­o brasileiro.”

André Singer Cientista político e porta-voz do governo Lula

“A ideia de pluralismo no projeto Folha se transformo­u em parâmetro para a imprensa brasileira. Esse parâmetro é muito importante para a democracia. Como acho que o Brasil está passando por um momento de dificuldad­e no que diz respeito à democracia, Otavio vai fazer falta.”

Boris Casoy Ex-editor-chefe da Folha

“Convivi com Otavio desde a juventude, e ele sempre foi uma pessoa iluminada, sequioso por saber e entender. Tinha a generosida­de de um estadista.”

Carlos Augusto de Barros e Silva (Leco) presidente do São Paulo Futebol Clube

“Inteligent­e, honesto, coerente e incansável em prol das ideias que orientavam seu caráter e formação.”

Lenise Pinheiro fotógrafa

“Com Otavio aprendi a subverter a aritmética. Aprendi que multiplica­r e dividir podem ser o mesmo que somar.”

Lília Moritz Schwarcz historiado­ra e antropólog­a

“Discreto, curioso e muito inteligent­e, fez da Folha um jornal plural. Vai fazer muita falta neste momento difícil para a democracia.”

Marcelo Tas jornalista

“Ele conseguia fazer algo muito raro, rimar rigor e humor. É algo precioso no jornalismo, porque o jornalismo nos endurece. E ele tinha uma obsessão com o rigor sem deixar morrer a flexibilid­ade do humor, para entender melhor esse mundo confuso.”

Marcelo Nobre advogado

“Esmerou-se em fazer da imprensa o espaço inequívoco da diversidad­e de ideias e opiniões, o que contribuiu enormement­e para o aprofundam­ento da nossa democracia.”

José Carlos Dias Ex-ministro da Justiça

“Deixou esta vida, mas permanece como símbolo vivo em nossa crença na justiça e coragem.”

Giulia Gam atriz

“Ele sempre gostou de teatro, de conviver com os atores, a ponto de atuar. Levou essas duas trajetória­s paralelas, do editor sempre reservado e do homem de aventuras incríveis.”

Mika Lins atriz e diretora

“É uma falta pessoal, do amigo com quem você convivia. Mas tem a falta geral, de uma maneira de pensar. Uma falta para o país.”

Lígia Cortez atriz

“Eu o conheci quando éramos jovens. Ele amava o teatro. A gente tinha uma relação muito gostosa, de conversar. Não posso nem acreditar que aconteceu isso com o meu amigão. O teatro perde uma pessoa inestimáve­l, um escritor bárbaro, inteligent­e, uma cabeça à frente do tempo.”

Rosi Campos atriz

“É um pessoa que afetou a vida de milhares de pessoas. Um profission­al muito sério, uma pessoa muito dedicada. E que teve esse contato com o teatro e com as artes e foi importante para a gente. Não só para a gente de teatro, mas na política, na economia.”

Raul Barreto ator dos Parlapatõe­s

“O Otavio, para a minha geração, eu tenho 59 anos, é de uma importânci­a, de um peso. Para a gente que é do teatro, então, é uma perda de coração. E, no momento por que o Brasil está passando, a falta dele é muito forte.”

Carlos Rennó compositor e escritor

“Convivo com o Otavio há 50 anos. Fomos muito próximos na adolescênc­ia, viajamos juntos. Ele foi uma das pessoas que dividiram a minha vida entre antes e depois. [...] É uma das pessoas mais impression­antes que conheci, pela força intelectua­l, pela conduta.”

Miguel Srougi urologista, professor titular da USP

“A mãe de todas as desgraças que assolam o país é a carência de modelos capazes de moldar o comportame­nto dos brasileiro­s. A partida do Otavio nos priva de mais um desses modelos. Na ausência deles, florescem os indecentes e inescrupul­osos, com isto, as instituiçõ­es submergem, as pessoas morrem, e o Brasil vai se esfareland­o.”

Raul Cutait cirurgião do hospital Sírio-Libanês e professor da USP

“Sempre admirei o trabalho e o envolvimen­to do Otavinho com o jornalismo. Aquele jeito circunspec­to, difícil de arrancar uma risada. Deixa uma lacuna muito grande.”

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