Vida cada vez mais urbana exige cidades inteligentes
De 1970 até hoje, a população da cidade de São Paulo duplicou (são mais de 12 milhões de habitantes). Em Salvador, mais que triplicou (cerca de 3 milhões). Não são fenômenos isolados. No mundo inteiro, a população das cidades está aumentando, e a previsão é que 90% dos brasileiros viverão em áreas urbanas até 2030. Isso significa desafios maiores no enfrentamento de problemas que surgem com essa concentração de pessoas.
Um grande aliado, dizem especialistas, é o uso intensivo da tecnologia da informação, ou seja, transformar as cidades em cidades inteligentes (smart cities), como passaram a ser chamadas.
É uma tarefa para o setor público e também para empresas privadas que prestam serviços de limpeza, transporte, segurança, fornecimento de energia elétrica e água e coleta de esgoto, por exemplo. Tudo a favor da qualidade de vida das pessoas e de um uso mais consciente dos recursos.
De uma forma simplificada, o conceito é construído em cima de cinco pontos: captação de informação (por meio de sensores ou câmeras), transmissão para uma central (usando cabos de fibra ótica, internet ou rede de celulares), análise da informação, proposta de solução e execução.
Não faltam exemplos (veja quadro acima). O sistema ajuda na ordenação do trânsito, no conserto mais rápido de semáforos e na utilização dos meios de transporte público. Evita desperdício de água tratada, acelera o reparo de redes elétricas e racionaliza a limpeza de bueiros e lixeiras.
Isso reduz o custo de todos esses serviços, com possibilidade de ganho para toda a população. Por exemplo, com menos fraudes (“gatos”) e vazamentos, a tarifa de água pode cair. Com a limpeza racional de bueiros, evitam-se alagamentos.
“A tecnologia é uma grande aliada das cidades. Cada vez mais elas vão se utilizar de plataformas de comunicação e informação, como IoT (internet das coisas) e big data, no planejamento urbano e também no monitoramento dos serviços. Isso traz mais agilidade para a solução dos problemas e reduz o gasto público”, afirma Eduardo Polidoro, diretor de IoT da Embratel.