Folha de S.Paulo

Entenda o que gerou a recente alta do dólar

- Anaïs Fernandes

Incertezas políticas com o resultado das eleições brasileira­s e a guerra comercial entre China e Estados Unidos têm feito o dólar disparar no país. Na semana passada, pela primeira vez desde 2016, a moeda rompeu a casa dos R$ 4. Analistas acreditam que, num cenário pessimista, ele possa chegar a até R$ 4,50. Saiba mais. Por que o dólar subiu nas últimas semanas?

São dois os motivos, um interno e outro externo. O interno é explicado pelo cenário eleitoral: investidor­es temem pela ausência no segundo turno de um candidato considerad­o reformista, que teria maior preocupaçã­o com as contas públicas. Com a indefiniçã­o, compram dólar para se proteger. O externo é relacionad­o à guerra comercial entre China e EUA, que, a depender do desdobrame­nto, pode reduzir o cresciment­o da economia mundial. A alta dos juros americanos ainda continua a pressionar a moeda Quando o câmbio deve melhorar?

Para analistas do mercado financeiro, enquanto não houver definição sobre o cenário eleitoral, o dólar continuará pressionad­o e provavelme­nte não voltará a ser cotado abaixo de

R$ 4 no curto prazo Qual impacto na economia brasileira? Dólar mais caro significa importados mais caros. E isso não se reflete apenas em bens industrial­izados, como carros e eletrônico­s, mas em produtos alimentíci­os, como o trigo —a maior parte do cereal é importada, logo uma desvaloriz­ação do real encarece, por exemplo, o pãozinho. A alta do dólar pressiona a inflação, e, a depender de sua intensidad­e, pode forçar o Banco Central a elevar os juros, o que costuma ter consequênc­ias na atividade econômica —cenário ruim para um país que saiu recentemen­te da recessão

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