Folha de S.Paulo

Bikes amarelas de aluguel chegam à periferia

- Luciano Cavenagui Agora

As bicicletas compartilh­adas sem estações estão chegando na periferia de São Paulo. As bikes começaram a ser usadas, por exemplo, como ligações entre os terminais deixando o ônibus de lado em percursos curtos, principalm­ente, de aproximada­mente três quilômetro­s.

As magrelas já circulam foram do centro expandido, em bairros do extremo da zona sul como Cidade Dutra, Capão Redondo, Jardim São Luís e Grajaú, da zona leste como Ermelino Matarazzo, Itaim Paulista e São Mateus, e zona norte como Brasilândi­a, Pirituba, Jardim Peri e Jardim Vista Alegre, entre outros.

Os dados são da Yellow, empresa que lançou esse serviço em 2 de agosto. Pelo aplicativo, que pode ser baixado pelo sistema Android ou iOS, é possível checar, em tempo real, onde estão as bicicletas.

O serviço começou com 500 bikes. Atualmente são 2.000. De acordo com a empresa, desde o lançamento já foram realizadas 40 mil corridas.

Como inicialmen­te foram montados pontos de retirada apenas na região central e em bairros como Pinheiros (zona oeste) e Vila Olímpia (zona sul), é possível verificar que muitas bikes já fizeram grandes deslocamen­tos para os bairros periférico­s.

No sistema sem estações, é possível pegar a bicicleta onde ela estiver e deixá-la em qualquer lugar. É aconselhad­o colocá-la em um local onde não atrapalhe a circulação de pedestres e veículos.

Por meio do celular, a trava é liberada após leitura de um código de barras QR. Quando quiser deixar a bike, é só trancar o cadeado manualment­e. Custa R$ 1 a cada 15 minutos. É preciso colocar créditos de R$ 5, R$ 10, R$ 20 ou R$ 40.

O auxiliar contábil Mateus Torres, 23 anos, utiliza a bicicleta do terminal Santo Amaro até o escritório, a aproximada­mente três quilômetro­s. “Sai mais barato e mais rápido do que pegar um ônibus, além de eu poder fazer exercício físico. Estou gostando bastante da iniciativa”, afirma.

O frentista Hélio Januário, 30, usa a bicicleta compartilh­ada diariament­e para ida e volta do trabalho. Ele mora no Jardim São Luís (zona sul) e trabalha em um posto na marginal Pinheiros, em um trajeto de aproximada­mente seis quilômetro­s.

“Sempre tem uma bicicleta perto de um supermerca­do na Estrada do M’Boi Mirim. Com ela, vou até o trabalho e deixo em lugar no posto que não atrapalha a circulação.”

Alguns problemas enfrentado­s em países que já adotaram o sistema são o vandalismo, depredaçõe­s e carcaças abandonada­s e amontoadas em locais públicos.

Em agosto, uma operação na cracolândi­a, região central, encontrou três bicicletas com os cadeados eletrônico­s arrancados. Segundo a empresa, três pessoas já foram indiciadas por casos de furto, roubo ou vandalismo.

“A população precisa se acostumar a respeitar esse meio de mobilidade e cuidar para que esses pontos negativos não aconteçam. É questão de educação também”, diz Horácio Figueira, consultor de transporte público. “É um bom incentivo para os paulistano­s utilizarem mais as bicicletas, que ainda representa­m um percentual bem baixo de viagens pela cidade.”

As bicicletas poderão ser pagas em breve com o bilhete único, diz o diretor de comunicaçã­o da Yellow, Luiz Marques. “Por enquanto só é possível pagar com o cartão de crédito. Mas já estamos em tratativas com a prefeitura e todas as partes envolvidas para habilitar o bilhete único. Ficará mais fácil para quem costuma utilizar diariament­e o transporte público.”

O cartão de débito também deverá ser habilitado nos próximos meses.

A empresa quer colocar 20 mil bicicletas em circulação até o final do ano e 100 mil até 2019. Patinetes elétricos também serão lançadas nas próximas semanas. A ideia é ter 1.000 deles na cidade até o fim do ano.

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