Folha de S.Paulo

Diego Aguirre mexe bem, mas time sente desfalques

- Paulo Vinícius Coelho pranchetad­opvc@gmail.com

Havia três razões para Diego Aguirre optar por Reinaldo na ponta esquerda, com Edimar na lateral esquerda.

Primeiro, o Fluminense joga com três homens no meio de campo, sem ninguém acompanhan­do a subida do lateral esquerdo adversário. Edimar e Reinaldo poderiam fazer dois contra Léo, o lateral reserva do Flu, escalado porque Gilberto sentiu dores no joelho. Não deu certo.

Segundo, foi com esse jeito de jogar a vitória sobre o Corinthian­s, em julho.

Mas o São Paulo sentiu as ausências de Éverton e Nenê. Piorou quando Diego Souza foi expulso, por uma cotovelada em Léo, e ficou com o ataque desfigurad­o.

Enquanto contava com onze homens, a equipe de Diego Aguirre já tinha problemas, por não conseguir fazer a dupla de laterais agredir a defesa fluminense e por não marcar do lado oposto. Marcelo Oliveira escalou Everaldo aberto, e as tabelas com Ayrton Lucas criavam chances, como o cruzamento que permitiu a Jadson chutar na trave.

Então, Diego Aguirre, com um homem a menos, decidiu mudar o eixo do jogo, da esquerda para a direita. Tirou Edimar, escalou Régis na ponta direita e começou a pressionar Ayrton Lucas, ótimo no ataque, frágil na defesa. A fraqueza defensiva ficou evidente na jogada do gol de Tréllez, escalado na segunda etapa no lugar de Shaylon, outra alteração de Aguirre que deu certo.

O gol de empate foi fruto do passe de uma e finalizaçã­o de outra aposta de Aguirre. Talvez por isso, o treinador uruguaio tenha vibrado tanto, e sozinho. O gol mantém a liderança. Mas o clássico tricolor mostrou a dificuldad­e do líder quando perde alguns de seus jogadores fundamenta­is.

O São Paulo subiu do terceiro lugar para a primeira colocação repetindo por sete vezes seu quarteto ofensivo: Joao Rojas, Nenê, Éverton e Diego Souza. Nas sete rodadas em que Diego Aguirre pôde escalar os quatro juntos, foram 5 vitórias, 1 empate e 1 derrota: 16 dos 23 pontos pós-Copa.

Depois de empatar a partida com Tréllez, chamou o Fluminense para seu campo e quase perdeu. Matheus Alessandro chutou uma bola na trave de Sidão.

No ano passado, o Corinthian­s foi o campeão da repetição da equipe.

Foram 15 jogos com a escalação igual entre janeiro e dezembro, recorde nos 108 anos de história do clube.

Nove vitórias, cinco empates, só uma derrota, para a Ponte Preta. No Brasileiro vencido com três rodadas de antecipaçã­o, 2 vitórias, 3 empates e 1 derrota com a formação de Cássio, Fagner, Balbuena, Pablo e Arana; Gabriel e Maycon; Jadson, Rodriguinh­o e Romero; Jô.

O time escalado sem lesões nem cartões por tanto tempo foi um dos motivos de o Corinthian­s tornar seu título previsível, num campeonato em que a imprevisib­ilidade é, historicam­ente, a caracterís­tica mais forte.

Neste ano, prever o campeão está muito mais difícil. O Flamengo perdeu do vicelanter­na dentro do Maracanã, diante do maior público do país no ano (61 mil espectador­es). O São Paulo empatou contra o décimo colocado. Na quarta-feira (5), Aguirre leva seu time a Belo Horizonte para enfrentar o Atlético-MG, e o Flamengo viaja a Porto Alegre para enfrentar o Internacio­nal. O Brasileiro pode embolar mais ainda.

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