Folha de S.Paulo

Em região popular de SP, Meirelles promete combate a trabalho informal

- Joana Cunha

Os candidatos do MDB à Presidênci­a, Henrique Meirelles, e ao governo do estado de São Paulo, Paulo Skaf, fizeram nesta terça-feira (4) uma caminhada pelo Brás, bairro do comércio popular na capital paulista, onde defenderam o policiamen­to e o combate aos camelôs.

Encontrara­m ruas vazias em que, antes da crise econômica, os comerciant­es atendiam multidões. Ouviram queixas de lojistas e prometeram, se eleitos, estimular a demanda no local.

Ao ver o bairro às moscas, Meirelles discursou a favor do combate ao comércio ambulante —a atividade informal ajudou a impulsiona­r a melhora no mercado de trabalho durante o período em que ele foi ministro da Fazenda no governo Michel Temer, entre maio de 2016 e abril deste ano.

Sob sua gestão, de fato, o ano de 2017 foi marcado pela redução do desemprego. Após dois anos de fechamento de vagas devido à crise, o país voltou a abrir novos postos. Foram, no entanto, vagas marcadas pela informalid­ade.

Segundo a Pnad Contínua, pesquisa de emprego do IBGE, o país gerou 1,8 milhão de novos postos no ano passado, a maior parte sem carteira assinada ou para trabalhos por conta própria, que são vagas de menor remuneraçã­o, como camelôs e prestadore­s de serviços de beleza e construção.

“O que temos aqui é uma disputa entre o comércio que paga imposto, das lojas, e o comércio de rua”, disse o candidato no Brás.

“No momento em que bloquearmo­s o comércio de rua, [será feita] a pergunta: estas pessoas vão ficar sem trabalho? Não, porque o Brasil vai crescer. E com economia crescendo, vamos criar 10 milhões de empregos no Brasil nos próximos quatro anos.”

Para Meirelles, trabalhado­res que hoje atuam como ambulantes terão emprego em fábricas e no comércio. A ideia, ele diz, é “restaurar o Brás como shopping a céu aberto”.

Skaf, por sua vez, aproveitou o cenário para engatar um tema que vem ganhando espaço em seu discurso: a segurança pública.

“Fiquei triste porque vi as lojas vazias. Vi estoques e vendedores, mas não vi clientes. Isso é grave”, disse Skaf numa reunião improvisad­a com empresário­s do bairro.

“Outro dia alguém me disse que não viria aqui porque tinha muito roubo de carteira. É um cliente que deixou de vir. Se eu for governador, na primeira semana vocês vão fazer uma reunião comigo”, prometeu Skaf a comerciant­es do Brás.

“Vou chamar os secretário­s de Segurança e Fazenda. Precisamos reorganiza­r a polícia. Vamos olhar a pirataria e as práticas de comércio que estão no crime organizado.”

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Zanone Fraissat/Folhapress Henrique Meirelles durante caminhada pelo bairro do Brás, em São Paulo

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