Empresas devem ter cuidado ao terceirizar áreas de gestão
A advogada Regina Nakamura Murta, sócia do Bueno, Mesquita e Advogados, afirma que, apesar de ser possível terceirizar todos os setores de uma empresa, é preciso que haja um estudo sobre as áreas em que vale ou não mudar a forma de contratação.
Em atividades de gestão, por exemplo, ela chama atenção para uma chance maior de vazamento de informações, apesar da assinatura de termos de confidencialidade.
“É preciso pesar isso antes de terceirizar todas as áreas, porque quanto mais você abre o leque para outras empresas mais há chance de vazamento. É preciso fazer essa ressalva”, afirma.
Maurício De Lion, sócio responsável pela área trabalhista do escritório Felsberg Advogados, afirma que outros setores em que a terceirização é temerária, por causa de informações confidenciais, são o departamento de recursos humanos e o de suprimentos, em que há informações sobre o funcionamento da empresa, seja sobre funcionários contratados, seja sobre fornecedores.
“Para ter controle de informação, é preferível que a empresa lide com funcionários próprios e evite esse risco. Há muita informação que é confidencial e, com um trabalhador terceirizado, esse controle não é tão fácil”, afirma o advogado.
De Lion destaca ainda a preocupação com a relação entre as empresas tomadoras de serviço e os trabalhadores terceirizados.
Segundo ele, dar ordens a terceirizados é um dos erros que podem gerar processos.
“O ideal é que ambas as partes estabeleçam um porta-voz da tomadora e da prestadora de serviço para a relação diária. O terceirizado não é funcionário da empresa em que está.”